"Até que a morte os separe" é a frase que costuma selar cerimônias de casamento. E assim como está nos votos, só a morte separou o casal de idosos Mamédio Alves Magalhães e Ana Araújo Magalhães, moradores de Paranã, na região sul do Tocantins. A história de amor que impressiona, fica ainda mais bonita com a idade deles: ele tinha 105 anos e ela, 100 anos. O casal morreu na manhã desta sexta-feira (30), com uma diferença de apenas quatro horas.
Desde que se casaram, em 1945, há 78 anos, dona Ana e seu Mamédio viveram sempre unidos e como contou a sobrinha-neta que cuidava deles, Ediana Quirino Magalhães, de 38 anos.
“Há cinco dias ele ainda estava bem e ela tinha tido uma pneumonia forte, e não tinha muito o que fazer. A partir daquele momento ele não quis mais se alimentar direito. A gente dava os remédios ele segurava na boca. Isso porque ela estava internada e ele viu ela indo”., relembrou a sobrinha-neta.

Ediana disse que depois de ver a amada sendo internada e voltar para casa bem debilitada, ele começou a definhar por não querer se alimentar. Para que o idoso melhorasse, dona Ana saiu da internação. Mas na quinta-feira (29), quem precisou ir para o hospital foi seu Memédio.
As últimas horas de vida do casal centenário tiveram que ser separadas, já que seu Memédio morreu no hospital e Ana em casa. Mas eles partiram no mesmo dia. A diferença entre as mortes foi de cerca de quatro horas, segundo a família.
“Como com minha avó não tinha o que fazer, trouxemos para ficar perto dele. Ele viu o estado dela, ela só piscava e abria a boca. Quando foi ontem [quinta-feira] a gente levou ele para o hospital e o doutor preferiu que ele ficasse para tomar medicação. Na sexta-feira, umas 4h, a gente recebeu a ligação para correr atrás de tudo. Quando foi por volta de 8h, as pessoas que estavam me auxiliando foram dar um banho nela e aí ela ‘foi’ depois desse banho”, disse Ediana.

Sobre os últimos meses do casal centenário, apesar dos problemas de saúde, eles sempre se preocupavam um com o outro. “Ele tinha 105 anos, mas ainda falava. Estava lúcido, lúcido. Ela já não era tão lúcida, mas acalmava só quando a gente falava Mamédio. Quando era meio dia, ela perguntava se a gente tinha dado comida ao Mamédio. Ela não lembrava o nome de mais ninguém, só o dele”, afirmou.
Como não tiveram filhos, era sempre um com o outro. Mas Ediana contou que eles ajudaram na criação de muitas crianças da cidade de da zona rural. “Eles criaram muitos, porque naquela época não tinha muito onde estudar e ela gostava muito de leitura. Então os pais deixaram [os filhos] com eles. E eu fui uma delas”, disse, relembrando a infância ao lado de Mamédio e Ana, que ela carinhosamente chamava de avós.
E velório do casal centenário aconteceu durante esta sexta-feira (30), na fazenda deles, localizada na zona rural de Paranã. Esse era um desejo de seu Mamédio, que foi atendido pela família. O enterro também será na mesma propriedade e está marcado para as 7h30 deste sábado (1º).
Tenha em seu celular o aplicativo do JD1 e acompanhe em tempo real todas as notícias. Para baixar no IOS, clique aqui. E aqui para Android
Reportar ErroDeixe seu Comentário
Leia Também

JD1TV - Márcio e Jaqueline: uma história de amor que começou na infância e dura há mais de 40 anos

2ª edição da Expogenética vem aí com presença do tricampeão mundial de montaria em touros

ONG da Capital promove festa junina para ajudar mais de 80 famílias

Mais de 140 idosos em situação de vulnerabilidade receberão novo RG durante Junho Prata

Shopping da Capital recebe Feira do Bosque e exposição de carros antigos neste fim de semana

Conselho do F.uturo proporciona maior conexão entre empreendedores na Capital

Marca campo-grandense de suplementos inaugura loja e quer expansão nacional

Desapega CG estreia na Vila Almeida com mais de 30 mil itens à venda

ONG promove feira de adoção com cães e gatos resgatados neste sábado na Capital
