Morar em outro país parece ser um sonho presente em boa parte dos brasileiros - não que exista uma pesquisa para isso, mas que há o desejo de visitar a Europa um dia, ninguém pode negar. Contudo, para quem mudou definitivamente ao 'Velho Continente', retornar para o Brasil parece ser algo fora de cogitação.
A campo-grandense Anny Marques, de 28 anos, é a prova viva de que ir para Europa é um desafio enorme, mas se instalar e conseguir se adaptar a nova cultura e tantas outras coisas, é algo completamente fora do comum - ainda mais quando ainda existe a saudade de casa.
Ela mora há sete anos em Portugal, mais especificamente na cidade de Figueira da Foz. E com todo esse tempo, dá para chamar ou se sentir em casa? Para ela, com certeza, mesmo às vezes enfrentando alguns episódios de xenofobia.
"Apesar da saudade, me sinto em casa sim. De vez em quando a gente escuta um “volta para tua terra”, mas com o tempo nada abala o imigrante", disse para o JD1 Notícias.
Atualmente, Anny é trabalhadora-estudante. Ou seja, trabalha como free lancer em dois empregos e em setembro inicia o último ano de licenciatura em enfermagem. Mas para toda mudança, há um ponto de partida e a gravidez foi um dos principais fatores para que ela buscasse uma vida melhor longe das terras sul-mato-grossenses e brasileiras.
"Sinceramente, eu nunca tinha pensado em sair do Brasil, até porque sou filha única da minha mãe e sempre fui muito apegada com minha família materna, mas então fiquei grávida, e acredito que esse tenha sido meu fator decisivo. Pensava e ainda penso muito sobre o futuro do meu filho, e isso sem dúvida mudou minha mentalidade sobre a ideia da mudança", contou ela, que tirou um tempo em meio a rotina para conversar com a reportagem.
Anny e seu filhote, sempre juntos em Portugal. (Foto: Arquivo Pessoal)
Marques ressalta ainda que precisa tirar um tempo ou até mesmo flexibilizar sua rotina para se concentrar no filho. "Preciso de alguma flexibilidade com horários por conta da faculdade e para cuidar do meu filhote".
Ela, inclusive, relembra que algumas outras motivações também seriam a qualidade de vida, segurança e também o "poder de compra", comparando a diferença do euro com o real.
Choque cultural - Anny explica que os primeiros meses vivendo em Portugal foi uma mistura de sentimentos. A jovem afirmou que de primeiro momento, o idioma foi uma das situações que causaram estranheza, além da alimentação, que segundo ela, é formada quase sempre a base de sopa, pães, peixes e vinhos. "Culinária riquíssima e excelente, por sinal", acrescenta.
Apesar disso, outro ponto que deixou a campo-grandense com um pé atrás foi a frieza dos europeus e a forma direta de comunicação, que apesar de soar grosseiro em alguns momentos, não é nada pessoal, mas sim, a maneira como eles lidam uns com os outros.
Anny se sente "em casa" morando em Portugal. (Foto: Arquivo Pessoal)
Expectativa x realidade - "Quando a gente sai de casa, mesmo sem querer pensamos que tudo vai ser diferente e se transformar num passe de mágica, mas a realidade é diferente", comentou Anny, relembrando de como o imigrante apresenta uma expectativa alta.
Mas ela lembra que dá para viver bem. "A expectativa do imigrante é sempre alta, não tem jeito, mas a vida aqui é de qualidade, os salários não são altos comparados aos outros países europeus, mas vive-se bem, e a Figueira da Foz é uma cidade encantadora".
Com anos de experiência do lado de lá, ela cita que quem tiver o sonho de construir uma vida nas terras europeias, é preciso ter um planejamento e esquecer as redes sociais, que só mostram "a parte boa".
"Não tome decisões com base nas experiências alheias, falo isso porque nas redes sociais geralmente só vemos o que as pessoas querem que vejamos, então é o “filtro” da parte boa. Se prepare financeiramente, planeje as coisas direitinho, vá sem preguiça e com a mente forte. Não tem receita para dar certo. Com fé, seguimos tentando", finaliza.
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