Governador do DF, Agnelo Queiroz (gravata vermelha), foi a Bruxelas para defender candidatura de BrasÃlia. (Foto: Divulgação/GDF) 
O torneio deve consumir ao menos R$ 170 milhões de dinheiro público. No fim de 2012, o governo federal já havia se comprometido a pagar R$ 22 milhões para reformar parte do Centro OlÃmpico da UnB (Universidade de BrasÃlia), onde será disputada a maioria das modalidades dos Jogos. Para se adaptar à s exigências da organização, a universidade estima que precisará de mais R$ 150 milhões.
A fixação por eventos esportivos de grande porte começou com o Pan Americano de 2007, disputado no Rio de Janeiro. Calcula-se que os gastos públicos chegaram a R$ 3,7 bilhões. Em 2011, o Rio recebeu os Jogos Mundiais Militares, que consumiram R$ 1,5 bilhão. O TCU (Tribunal de Contas da União) encontrou indÃcios de superfaturamento em alguns dos contratos assinados pelo Ministério da Defesa para a organização do evento e ainda analisa as contas do torneio.
A última versão da Matriz de Responsabilidade assinado por governo federal, estados e municÃpios prevê investimento de R$ 26,5 bilhões para organizar a Copa das Confederações e a Copa do Mundo de 2014, levando em conta obras de mobilidade nas cidades-sede, segurança e telecomunicações.
O governo federal avalia que o investimento retorna à população, seja por meio de impostos, seja pela geração de emprego motivada pelos jogos. Um estudo feito pela Ernst Young, em parceria com a Fundação Getúlio Vargas, mostra que, para cada R$ 1 investido pelo governo na Copa, o paÃs ganha R$ 3,04 do setor privado. A estatÃstica é frequentemente citada pelo ministro do Esporte, Aldo Rebelo, ao defender os gastos públicos.
Questionados pelo UOL Esporte na sexta-feira, governo do Distrito Federal e União não informaram qual é o valor total previsto para organizar a UniversÃade. Na tentativa de reduzir o investimento, o governo pretende atrair empresas privadas para financiar a estrutura mais cara do evento: a vila dos atletas. Após os jogos, a Vila Universitária poderia, então, ser comercializada para a população local.
Rússia gastou R$ 9 bilhões
A última UniversÃade foi realizada em julho deste ano em Kazan, uma cidade de 1,1 milhão de habitantes na Rússia. A delegação brasileira ganhou 11 medalhas – quatro de ouro, três de prata e quatro de bronze. Ronald Julião, no atletismo (lançamento do disco), Arthur Zanetti, na ginástica artÃstica (argolas), e as judocas Ketleyn Quadros e Rochele Nunes conquistaram as medalhas de ouro.
A organização dos Jogos Universitários custou cerca de R$ 9 bilhões ao municÃpio, segundo dados da Fisu (Federação Internacional de Esportes Universitários, na sigla em inglês). O evento durou duas semanas e atraiu 10.442 atletas – as OlimpÃadas de Londres, em 2012, registraram 10.568 competidores.
Embora o número de atletas que vai aos Jogos Universitários seja comparável ao das OlimpÃadas, o público e as exigências são bem menores. A pista de atletismo, por exemplo, deve abrigar 25 mil pessoas torcedores (O Estádio OlÃmpico deve ter no mÃnimo 75 mil lugares). O ginásio deve receber 7.500 pessoas (nas OlimpÃadas, são 15 mil). Além disso, há menos modalidades: 13 competições fixas e três que podem ser sugeridas pela cidade-sede.
O governo do Distrito Federal acredita que o gasto em BrasÃlia não será tão alto como foi em Kazan, pois a cidade vem investindo em infraestrutura para a Copa do Mundo e vai receber, entre 27 de novembro e 4 de dezembro, a GymnasÃade (Jogos Mundiais Escolares).
"BrasÃlia já possui instalações em condições de receber eventos desse porte, como por exemplo o Estádio Nacional, o Ginásio Nilson Nelson e o Complexo do Corpo de Bombeiros. Independente da realização da UniversÃade já estavam previstas algumas reformas em alguns pontos, como a pista do CIEF e a reforma do Ginásio Cláudio Coutinho", informou o governo, por meio de nota.
"Com recursos do Governo Federal, será construÃdo um parque na Universidade de BrasÃlia que contemplará a construção de um moderno Complexo Aquático e um Complexo de Atletismo."Reportar Erro
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