Dono de uma biografia que anteriormente já havia despertado a atenção de roteiristas e diretores, Lauda dissera nãos com a mesma tenacidade usada ao volante, apesar de ter escrito cinco livros, entre eles uma autobiografia. O roteiro de Peter Morgan, porém, trouxe um apelo que tentativas anteriores pareceram não compreender. Três títulos mundiais e a sobrevivência num dos mais tenebrosos acidentes do automobilismo não pareciam motivos suficientes para Lauda endossar um projeto cinematográfico. O misto de rivalidade e camaradagem com Hunt, sim.
"Foi possível ver que tínhamos atraído a atenção de Niki quando apresentamos a ideia para ele. Tínhamos na mão uma história de yin e yang, mas acima de tudo o fato de que Niki mudava de expressão toda as vezes em que falava de James", explica Morgan, numa rodada promocional de entrevistas sobre o filme realizada no início do mês, em Londres.
Um dos pilotos menos midiáticos que já passaram pela F-1, Lauda é conhecido pela sinceridade brutal. Que o diga Daniel Bruhl. Escolhido por Howard para o papel do austríaco, o autor de dupla nacionalidade germânico-espanhola conta que em seu primeiro contato com o ex-piloto recebeu um convite para uma visita que o deixou pouco à vontade. "Niki combinou de nos encontrarmos em Viena para um conversa, mas ordenou que eu levasse apenas bagagem de mão, para o caso de ele não ir com a minha cara e me mandar embora na primeira noite."
Lauda, porém, foi com a cara de Bruhl. E com o endosso do tricampeão mundial, o ator desenvolveu um trabalho minucioso de recriação em Rush que inclui uma passagem no final em que uma narração em off parece ser de Lauda, mas na verdade é de Bruhl. O austríaco, numa recente entrevista à agência de notícia Reuters, disse ter visto o filme três vezes. Pouco documentado é o fato de Lauda, apesar de não ter qualquer poder criativo sobre o roteiro, ter "cornetado" a produção com frequência.
"Um dia recebi um telefonema de Niki durante as filmagens. Ele tinha visto algumas cenas e tinha ficado irritado com detalhes mínimos. Reclamou que nunca tinha usado aliança de casamento enquanto corria. Também é impressionante como ele analisa momentos de sua vida com uma frieza que não se vê todo dia", conta Bruhl.
Em especial o acidente no GP da Alemanha que em 1976 deixou Lauda à beira da morte e com graves queimaduras. Porém, 43 dias depois ele estava de volta às pistas. Rush captura o drama mas se concentra principalmente nas diferenças de temperamento entre Lauda e Hunt. O inglês deixou o mundo dos vivos em 1993, vítima de um ataque cardíaco, o que obviamente o impediu de participar do filme. Algo que parece ter deixado Lauda, hoje com 64 anos, nostálgico. Mas não menos ranzinza.
"Durante a elaboração do roteiro, perguntaram-me se eu colocava o capacete ou as luvas primeiro. Precisei explicar para os idiotas que é muito mais simples colocar o capacete primeiro"', resmungou Lauda à Reuters.Reportar Erro
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