Até 2009, poucos conheciam o atacante Emerson. Jogador revelado pelo São Paulo, o jogador deixou o Brasil com 21 anos para se aventurar no futebol japonês e virar ídolo no Qatar. Mas desde que voltou ao Brasil em 2009, poucos atletas ostentam um currículo tão invejável quanto o herói do título da Copa Libertadores do Corinthians.
Autor dos dois gols na vitória de 2 a 0 sobre o Boca Juniors, o atacante foi importante ao marcar sete gols na campanha do Flamengo campeão brasileiro depois de 17 anos em 2009. No ano seguinte, após uma rápida passagem novamente pelo Al Sadd, do Qatar, Emerson desembarcou no Fluminense onde fez o gol do título brasileiro que acabou com um tabu ainda maior. Desde 1984, o time tricolor não conquistava o Brasileirão.
Após desentendimentos e acusações de ter cantado uma música da torcida do Flamengo na concentração do Fluminense antes de uma partida contra o Argentinos Juniors pela Libertadores, Emerson se desligou do clube das Laranjeiras e foi para o Parque São Jorge. Terceiro clube em três anos, e terceiro título brasileiro com seis gols marcados na campanha.
Mas o melhor que Emerson daria para o Corinthians estava por vir. O jogador foi o artilheiro do time na Libertadores com cinco gols e teve atuações decisivas na reta final da campanha que deu ao time paulista a primeira Libertadores de sua história. Fez gol na semifinal contra o Santos, na Vila Belmiro. A vitória por 1 a 0 foi fundamental para o time, que ficou no 1 a 1 no jogo de volta no Pacaembu. No primeiro da final, na Bombonera, fez a jogada do gol de empate em 1 a 1 marcado por Romarinho. E na grande decisão foi o melhor jogador em campo e autor dos dois gols. Emerson provou que tem muita estrela.
- Eu não vou chorar. Eu já falei e pensei várias vezes... Muita gente não gosta de mim porque diz que eu não sou profissional. Mas estou muito feliz. Sou profissional. E hoje não vou chorar. Vocês erraram comigo. Sou campeão da Libertadores - afirmou o jogador de 33 anos, que disse ter dado a volta por cima e mostrou ainda estar magoado com os dirigentes tricolores.
- O Andrés (Andrés Sanchez, ex-presidente do Corinthians) que me trouxe no momento difícil da minha carreira, afastado injustamente do Fluminense e dei a volta por cima - desabafou.
Conquista indescritível
Emerson disse ainda não não há como explicar a sensação de uma conquista como a Libertadores para os torcedores corintianos.
- Na noite passada eu estava pensando: Por que estou aqui? O Corinthians tem mais de 100 anos, tantos jogadores já passaram por aqui, todos feras, muitos caras bons. Perguntei a Deus: Por que nós? É bom demais estar aqui. Não é bom fazer os gols, bom é ser campeão por essa torcida, por esse clube. Não tem preço.
Via O Globo
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