Ginasta Arthur Zanetti enfrentou briga com políticos locais até participar de campanha da Rexona. (Foto: Ricardo Matsukawa/Terra) 
“Ano passado? Pô, se fosse só ano passado, estava bom”, riu Marcos Goto pouco depois de ser questionado se tudo estava acertado com a prefeitura local. “Está resolvido, o secretário já saiu (risos). Vocês acompanharam, viram que ficamos quietos, não tivemos que rebater ameaças. Ninguém precisa brigar com ninguém. O novo secretário viveu no esporte a vida inteira e sabe o que nós passamos”, acrescentou.
A confusão com políticos da cidade é oriunda de pedidos antigos para melhorias na estrutura local. A gota d’água, contudo, ocorreu com o atraso de quatro meses de salários para Arthur Zanetti e outros profissionais locais – foi iniciada uma greve, que culminou com a queda do secretário de Esportes Éder Xavier e a entrada de Valter Figueira Junior na pasta.
Sem o apoio dos políticos locais - como frisou -, Zanetti, com o poder de sua imagem, conseguiu transformar o ginásio em que treina. Mesmo sem considerar o local perfeito e no padrão dos europeus, ganhou o apoio da Rexona e cumpriu uma sequência de metas propostas pela marca para receber R$ 300 mil, direcionados para a compra de equipamentos para a ginástica.
A briga do campeão olímpico por melhorias na cidade é fruto de sua ligação com o município. Arthur Zanetti provavelmente seria acolhido por qualquer clube do Brasil, mas o ginasta treina desde a infância no local, com Marcos Goto, e foi onde aprendeu a crescer profissionalmente até se tornar o melhor do mundo. Por isso, evita dizer se pensou em deixar São Caetano.
“Isso daí quem estava resolvendo é o meu advogado e o Marcos (Goto, treinador). É com eles que eu ia decidir”, lembrou, entre sorrisos estampados na apresentação de equipamentos para diversos aparelhos.
Ginasta treina “junto e misturado” em São Caetano
Apesar de ser um campeão olímpico, Arthur Zanetti não tem regalias entre seus colegas de treino no ginásio situado na altura do número 2.600 da Avenida Presidente Kennedy. Tem que dividir a argola, seu principal aparelho, com outros atletas e aguarda pacientemente sua vez. A situação é comum em treinamentos das ginásticas, nos quais normalmente os “astros” são tratados como simples atletas, longe da badalação futebolística.
Realmente, Arthur Zanetti só assume o papel de “estrela” e “garoto-propaganda” em São Caetano em cerimônias oficiais, como na última quinta, quando foi o responsável por entregar uma placa à representante da Rexona no ginásio, após apresentação dos equipamentos. Depois disso, volta a ser o mesmo menino do início da carreira, quando o sonho de ser campeão olímpico era algo longínquo.Reportar Erro
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