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“O trânsito é responsabilidade de todos”, afirma diretor-presidente da Agetran

13 maio 2017 - 12h13Da redação

No mês de maio é realizado o Movimento Maio Amarelo, que tem como objetivo chamar a atenção da sociedade para o alto índice de mortes e feridos no trânsito em todo o mundo. Em entrevista ao JD1 Notícias, o diretor-presidente da Agência Municipal de Transporte e Trânsito? (Agetran), Janine de Lima Bruno, destaca que a responsabilidade do trânsito é da sociedade.  

Jornal de Domingo - Qual a importância de campanhas como o Maio Amarelo para a conscientização no trânsito?

Janine de Lima Bruno - O Maio Amarelo é importantíssimo. É um movimento que começou lá em 2011, com 170 países envolvidos, além da ONU, criou-se a meta de prevenção de acidentes no trânsito. Já temos Outubro Rosa, Novembro Azul e o Maio Amarelo veio para chamar a atenção da sociedade, para que possa se engajar mais com os órgãos públicos para reduzirmos o número de acidentes de trânsito, porque o trânsito não é obrigação só do poder público. É importante que todos se engajem para isso. E o Maio Amarelo chama atenção para isso. Não é uma campanha de um órgão de trânsito específico, não é do Detran, não é da Agetran, mas é um movimento que acontece no mundo inteiro para chamar a sociedade. E não só no mês de maio, mas no ano do ano.

Jornal de Domingo - Quais as principais ações da Agetran dentro do Maio Amarelo?

Janine de Lima Bruno - Estamos trabalhando muito junto às escolas, para conscientizar as crianças para que elas cresçam adultos melhores. Além disso, criança cobra muito os pais, então eles acabam contribuindo para modificar comportamentos dentro de casa mesmo. E mais do que isso é que ela vai crescer com essa consciência. Temos trabalhado ainda nas ruas, junto a empresas, blitz educativas e de lei seca, para verificar a documentação de veículos. A ideia é chamar atenção mas também mostrar para a sociedade que as irregularidades trazem danos para outras pessoas também.

Jornal de Domingo – A Agetran realiza trabalhos com escolas o ano todo já. Durante esse mês, as ações vão ser intensificadas?

Janine de Lima Bruno - Existe dentro da Agetran a divisão de educação de trânsito. Já trabalhamos o ano inteiro nisso junto a escolas e empresas, principalmente empresas que têm muitos motoristas, para fazer palestras com agentes de trânsito. Existe ainda o Clube do Setinha para crianças, voltado para as escolas, com teatros, brincadeiras, tudo muito lúdico para a criança já crescer com essa consciência de respeito no trânsito e que ela é parte integrante do trânsito e também é solução. Mas durante o mês de maio essas ações se intensificam, até porque conseguimos mais parceiros, como o Rotary, Polícia Rodoviária Federal, Corpo de Bombeiros, e muitos outros, mas os nossos trabalhos de conscientização acontece o ano todo, principalmente em escolas.

Jornal de Domingo – O senhor acredita que essas ações são suficientes?

Janine de Lima Bruno - Não. Tanto que é por isso que existe o movimento. A sociedade precisa entender que ela precisa estar junto, passando o bastão do problema no trânsito para o Detran e para Agetran que são os órgãos responsáveis, porque o problema no trânsito é de todos. O Maio Amarelo vem para isso, para que todos abracem essa causa. Os acidentes estão aumentando porque as pessoas ainda não se conscientizaram da responsabilidade que elas têm. Quem causa acidentes é sempre uma minoria, a mesma minoria dos que são multados. É uma pequena fatia, mas uma pequena fatia que causa um dano muito grande. Pessoas que se envolvem em acidentes ocupam leitos de hospital, geralmente acabam ficando bastante tempo internadas, porque têm fraturas múltiplas, a família fica desestruturada, principalmente se é um pai ou mãe de família, porque ficam sem poder trabalhar e sem ganhar dinheiro. Há casos ainda que a vítima morre e aí desestrutura de vez, ou ainda sobrevive, mas com sequelas. Então todos sofrem, desde a vítima e a família, até quem causou o acidente. E o custo desses acidentes são muito altos, porque se você sofre um acidente, uma viatura é acionada para te atender, e essa viatura precisa de combustível, manutenção, motorista; você vai ocupar um leito de hospital, vai ser atendida por médicos, enfermeiros e outros profissionais da área da saúde. E a sociedade paga essa conta, o custo social do acidente, que custa milhões de reais a cada ano. Então a cada acidente que conseguirmos evitar nós vamos economizar muito e esse dinheiro pode ser investido em outras áreas, que vão beneficiar a população. Eu costumo dizer que a cada um real que investimos em prevenção de acidentes no trânsito representa mais de mil reais lá na ponta, porque não haverá gastos com saúde.

Jornal de Domingo – Existe algum projeto para beneficiar o bom condutor?

Janine de Lima Bruno - Acredito que isso é algo se pensar. Sei de empresas que costumam fazer isso, como algumas empresas de ônibus, que beneficiam os funcionários que ficam um determinado período sem cometer nenhuma infração de trânsito. Eu acho que podemos pensar em beneficiar os bons condutores da capital, sim. Acho bem bacana!

Jornal de Domingo – Campo Grande já está começando a enfrentar problemas de congestionamento e lentidão no trânsito. O que está sendo vendo para melhorar essa situação e evitar que o trânsito da cidade se torne caótico como em muitas capitais?

Janine de Lima Bruno - Acho que congestionamentos que existem nos grandes centros, como São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Brasília, nós ainda não temos, mas estamos caminhando para chegar lá. Hoje Campo Grande tem uma frota de aproximadamente 550 mil veículos na cidade, mais a frota flutuante, que são aquelas pessoas que vêm do interior para ir ao médico, fazer compras, etc. Então a frota acaba sendo maior. Já temos pontos de lentidão, não considero ainda congestionamentos, como na rotatória da avenida Mato Grosso com a Via Parque, onde já estamos mexendo. Outro ponto é na rotatória da Coca-Cola, que também será mexido, assim que terminarmos as obras na Mato Grosso. Temos outras rotatórias problemáticas também, que são a da Joaquim Murtinho com a Ceará, Euler de Azevedo com a Tamandaré, Três Barras com José Nogueira Vieira e outras. Vamos atacar essas rotatórias. Temos um planejamento para trabalhar nesses pontos e termos uma fluidez melhor do trânsito.

Jornal de Domingo – Houve na gestão do Nelsinho um projeto de Onda Verde, que começou, mas não teve continuidade. Como está essa questão na atual gestão?

Janine de Lima Bruno - Na gestão do Nelsinho eu trabalhava aqui e fui responsável por esse trabalho da onda verde. Temos duas maneiras de criar a onda verde: uma é mais barata, mas menos precisa, e outra é a mais elaborada, que estamos tentando aprovar recursos junto à Caixa Econômica para implementarmos em Campo Grande, que é a central semafórica. Com essa central, é possível criar os tempos semafóricos e as ondas verdes corretas, se houver algum problema a central é acionada e ainda é possível fazer adequações dos tempos dos semáforos conforme o trânsito. Por exemplo, houve um acidente da rua Rui Barbosa e eu preciso diminuir ou aumentar o tempo do semáforo com a avenida Afonso Pena e da central já é possível fazer isso. Existem ainda semáforos inteligentes que fazem isso sozinho, a medida em que vai lendo o trânsito. Nós encaminhamos um projeto para a Caixa Econômica Federal para implantarmos isso aqui. Na época do Nelsinho, não tínhamos recursos suficientes, então fizemos da forma mais barata. Cada semáforo tem um controlador, que é o “cérebro” dele, e cada controlador tem seu relógio interno. Nós precisávamos ter um local único que passasse a mesma hora, minuto e segundo para todos os controladores. Então colocamos GPS nos controladores para pegar a hora, minuto e segundo do satélite. Assim é possível trabalhar com defasagem. Por exemplo, abri o semáfaro aqui e sei que a 40 km/h vou demorar nove segundos para chegar no próximo semáforo, então vou abrir esse próximo 9 segundos depois. Na administração inteira aconteceu uma falta de investimentos total. Aqui em Campo Grande temos muitos problemas de queda de tensão, raios, que queimam muitos equipamentos. Então quando o GPS queimava, ele era retirado, se fosse o controlador, a mesma coisa. As peças não foram trocadas e acabou o sincronismo que existia.

Jornal de Domingo – Existe alguma previsão para esse recurso ser liberado?

Janine de Lima Bruno - Difícil falar em previsão porque ainda está sob análise da Caixa. A partir do momento que for aprovado, nós já vamos licitar e executar. Mas se der tudo certo, acreditamos que esse ano ainda conseguimos. Esse recurso já havia sido viabilizado na gestão do Nelsinho, mas nos últimos quatro anos a administração anterior não foi atrás e agora nossos esforços é para não perder esses recursos.

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