O Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) expediu recomendação formal à prefeita de Água Clara e à secretária municipal de Assistência Social para que, no prazo de 120 dias, seja apresentado à Câmara Municipal um projeto de lei que institua o serviço de acolhimento familiar no município.
O documento, assinado pela promotora de Justiça Laura Assagra Rodrigues Barbosa Pimenta, integra o Procedimento Administrativo nº 09.2025.00009443-9 e estabelece diretrizes para a implementação do programa, alinhadas à Constituição Federal, ao Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), ao Plano Nacional de Promoção, Proteção e Defesa do Direito de Crianças e Adolescentes à Convivência Familiar e Comunitária e às normas do Sistema Único de Assistência Social (SUAS).
Segundo o MP, a medida é necessária porque Água Clara não possui legislação nem políticas municipais voltadas ao acolhimento familiar, o que inviabiliza a aplicação da medida prevista no artigo 101, inciso VIII, do ECA.
A recomendação detalha aspectos jurídicos, administrativos e operacionais do programa, incluindo:
-
- Limitação de uma criança ou adolescente por família, exceto em casos de grupos de irmãos;
-
- Criação de equipe técnica para seleção, capacitação e acompanhamento das famílias acolhedoras;
-
- Emissão de termo de guarda provisória pela autoridade judicial;
-
- Estrutura mínima de atendimento e equipe especializada para acompanhamento dos casos;
-
- Previsão de dotação orçamentária específica para garantir o funcionamento do serviço.
A promotora destacou que mais de 46 mil crianças e adolescentes estão em situação de acolhimento no Brasil, distribuídos em quase quatro mil entidades credenciadas junto ao Judiciário, segundo dados do Cadastro Nacional de Crianças Acolhidas (CNCA).
O município deverá ainda elaborar um cronograma de implementação, definir fluxos operacionais, disponibilizar equipe de referência e adotar medidas administrativas e orçamentárias necessárias para execução do programa.
Caso a recomendação não seja cumprida no prazo estabelecido, o MPMS poderá adotar providências judiciais e extrajudiciais para garantir o cumprimento das normas de proteção à criança e ao adolescente.
JD1 No Celular
Acompanhe em tempo real todas as notícias do Portal, clique aqui e acesse o canal do JD1 Notícias no WhatsApp e fique por dentro dos acontecimentos também pelo nosso grupo, acesse o convite.
Tenha em seu celular o aplicativo do JD1 no iOS ou Android.
Reportar ErroDeixe seu Comentário
Leia Também

Casal que se dizia da Caixa é condenado por golpe que causou prejuízo de R$ 15 mi em MS

Juiz manda a júri popular homem que matou o patrão em Deodápolis com tiros e golpes de facão

Alvos do MPMS, influenciadores que ridicularizaram o Caps vão pagar mais de R$ 15 mil

STJ nega revogação de prisão de ex-vereador de Sete Quedas investigado por estupro

VÍDEO: Fã da PM, dona Iraci recebe surpresa de militares no aniversário em Três Lagoas

Juíza mantém Rúbia presa por assassinato de jogador em Sete Quedas

Carga de carne desaparece e carreta é encontrada abandonada em Costa Rica

Quebra de sigilo médico é reconhecida e acusada de aborto escapa de júri popular em MS

Homem em surto invade casa de idosos e morre em Três Lagoas







