O longo governo do presidente sírio Bashar al-Assad acabou depois que os rebeldes tomaram a capital Damasco. Ele e a família chegaram a Moscou, capital da Rússia, após receberem asilo humanitário do país, informou a mídia estatal russa TASS, citando uma fonte no Kremlin.
A Rússia é um dos países aliados do governo de Assad e atuou nos recentes combate contra os rebeldes. A família de Assad estava no poder há mais de um século, Bashar foi eleito em 2000, completando 24 anos de seu governo este ano.
A Rússia solicitou ao Conselho de Segurança das Nações Unidas uma reunião privada na segunda-feira para discutir o colapso do regime de Assad na Síria.
“Dados os eventos recentes na Síria, cuja profundidade e consequências para este país e toda a região ainda não foram totalmente compreendidas, a Rússia solicitou consultas urgentes fechadas no Conselho de Segurança da ONU”, disse o Primeiro Representante Permanente Adjunto da Rússia na ONU, Dmitry Polyanskiy, neste domingo (8), no Telegram.
O líder do principal grupo rebelde, Abu Mohammad al-Jolani, chamou a derrubada de Assad de “vitória para toda a nação islâmica”. Os rebeldes, liderados pelo grupo HTS, de Jolani, foi formado a partir de uma afiliada da Al Qaeda, em discurso feito dentro de uma mesquita na capital.
Jolani acrescentou que a Síria tinha sido um “playground para ambições iranianas, espalhando sectarismo, incitando corrupção”, mas agora, “a Síria está sendo purificada pela graça de Deus Todo-Poderoso e pelos esforços dos heróicos Mujahideen”.
Entenda o conflito na Síria
A guerra civil da Síria começou em 2011, quando o regime de Bashar al-Assad reprimiu uma revolta pró-democracia. Na ocasião, uma força rebelde foi formada, conhecida como Exército Sírio Livre, para combater as tropas do governo.
Além disso, o Estado Islâmico, um grupo terrorista, também conseguiu se firmar no país e chegou a controlar 70% do território sírio.
Os combates aumentaram à medida que outros atores regionais e potências mundiais — da Arábia Saudita, Irã, Estados Unidos à Rússia — se juntaram, intensificando a guerra no país para o que alguns observadores descreveram como uma “guerra por procuração”.
A Rússia se aliou ao governo de Bashar al-Assad para combater o Estado Islâmico e os rebeldes, enquanto os Estados Unidos lideraram uma coalizão internacional para repelir o grupo terrorista.
Após um acordo de cessar-fogo em 2020, o conflito permaneceu em grande parte “adormecido”, com confrontos pequenos entre os rebeldes e o regime de Assad.
Mais de 300 mil civis foram mortos em mais de uma década de guerra, de acordo com a ONU, e milhões de pessoas foram deslocadas pela região.
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Vladimir Putin e o então presidente da Síria, Bashar Al-Asad (Kremlin/Anadolu Agency/Getty Images)



