O megapacote tributário e orçamentário proposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, aprovado pelo Senado em votação na terça (1º), será levado a Câmara dos Deputados nesta quarta-feira (2). O texto aumenta os recursos voltados ao controle da imigração.
O Escritório de Orçamento do Congresso dos Estados Unidos estima que o pacote orçamentário adicionará cerca de US$ 3,3 trilhões (aproximadamente R$ 18 trilhões) à dívida pública do país.
O projeto reserva investimentos de US$ 175 bilhões na agenda anti-imigração de Trump. Os recursos seriam direcionados ao fortalecimento da fronteira no sul do país, à ampliação de patrulha e à construção de novas instalações.
Entre alguns pontos o pacote propõe cortes em programas sociais — em especial, em saúde e alimentação com regras mais rigorosas para o acesso ao Medicaid, programa destinado a pessoas de baixa renda
O destaque é a exigência de 80 horas de trabalho por mês para adultos sem filhos e sem deficiência terem direito ao benefício, informou o The New York Times. O projeto também facilita que estados cancelem a cobertura de beneficiários.
Além disso, o texto altera regras do Obamacare, lei federal que ampliou o acesso a planos de saúde no país.
A proposta também modifica o Programa de Assistência Nutricional Suplementar (SNAP) que atende cerca de 42 milhões de pessoas de baixa renda, passará a ter critérios de acesso mais rígidos.
O Escritório de Orçamento do Congresso dos EUA estima que aproximadamente 3 milhões de pessoas perderiam o acesso ao benefício devido às novas exigências.
O pacote prevê uma redução de US$ 330 bilhões em empréstimos estudantis ao longo dos próximos 10 anos. Além de cortar programas de pagamento vinculados à renda dos estudantes, o texto também impõe um limite anual aos empréstimos para cursos de pós-graduação.
Votação apertada
A votação no Senado foi apertada, com 51 votos a 50. Após uma longa sessão que se estendeu pela madrugada, o voto de desempate ficou a cargo do vice-presidente J.D. Vance.
O megapacote visa tornar permanentes os cortes nos impostos sobre a renda individual e heranças, aprovados durante o primeiro mandato de Trump, em 2017.
Também incorpora promessas de campanha feitas em 2024, como a isenção de tributos sobre gorjetas, horas extras e juros de determinados financiamentos de veículo, além de uma dedução de US$ 6 mil (R$ 32,7 mil) para idosos que ganham até US$ 75 mil (R$ 408,8 mil) por ano.
Segundo a estimativa mais recente do Escritório de Orçamento do Congresso norte-americano (CBO, na sigla em inglês) o projeto também aumentaria o limite de endividamento dos EUA em US$ 5 trilhões (R$ 27,3 trilhões), adiando a perspectiva de um calote da dívida neste verão — o que afetaria não apenas os mercados financeiros norte-americanos, mas do mundo inteiro.
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Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (REUTERS/Leah Millis)



