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Polícia

Moradores do Carandiru hostilizam polícia e imprensa após morte em confronto

"Deixa a polícia ir embora para vocês verem se vocês vão continuar aqui", disse moradora em tom de ameaça

09 janeiro 2025 - 15h50Pedro Molina e Brenda Assis

Moradores da invasão urbana conhecida como ‘Carandiru’, na Rua Jamil Basmage, no Bairro Mata do Jacinto, em Campo Grande, hostilizaram a Polícia Militar e a imprensa presente no local após a morte de Cleiton Souza Lima, de 42 anos, conhecido como ‘Nilo Cara Preta’, na tarde desta quinta-feira (9).

Segundo informações da Polícia Militar, Cleiton foi alvejado após avançar na direção dos policiais com um facão. Ainda de acordo com a polícia, ele chegou a ser resgatado com vida e levado até o Centro Regional de Saúde (CRS) Nova Bahia, mas não resistiu aos ferimentos e veio a óbito.

A perícia esteve no local logo após a morte e apreendeu a arma utilizada pelo policial para disparar contra Cleiton e a faca portada pelo homem no momento em que foi morto pelos policiais.

Devido a hostilidade, foi necessário que os policiais formassem uma barreira para defenderem a imprensa. "Deixa a polícia ir embora para vocês verem se vocês vão continuar aqui", disse uma moradora em toma de ameaça aos profissionais.

Moradores reclamam de violência da Polícia Militar

Desde o primeiro momento após o confronto, os moradores do ‘Carandiru’ e parentes da vítima denunciaram a ação polícia, afirmando que ela foi truculenta e violenta. “Hoje foi meu tio, mas amanhã pode ser uma criança, uma gestante”, disse parente de Cleiton.

Os moradores da invasão urbana também reclamaram da entrada dos policiais no ‘Carandiru’ sem apresentação de um mandado. “Aqui é uma área particular, não somos uma área pública, para vocês entrar [...] tem que mostrar o mandado, [...] já chegaram com a arma já pra fora”, comentou a sobrinha de Cleiton, que também é moradora da comunidade.

“Eles tiraram o corpo, levaram pro hospital, de boa, mas meu tio já saiu daqui de óbito”, disse outro parente de Nilo. “Não respeita ninguém”, criticaram.

A sobrinha de Cleiton também denunciou a violência policial, afirmando que seu tio foi morto a queima-roupa, sem ter avançado nos policiais. “[Meu tio] não reagiu, [o policial] mandou ele virar de costas e atirou”, detalhou.

Apesar de dar sua versão dos acontecimentos, ela lamenta a morte de seu tio. “Agora meu tio não tá aqui pra falar a versão dele, ele tá morto, meu tio não tá aqui.”

 

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