O caso do adolescente de 14 anos que matou os próprios pais e o irmão caçula, de 3 anos, com o suposto apoio e sob coação da namorada de 15 anos gerou repercussão e chocou servidores da segurança pública do Rio de Janeiro e de Mato Grosso pela frieza e premeditação do crime.
Outro fato que chamou a atenção foi o momento de depoimento da jovem investigada, na Delegacia de Água Boa (MT). Abraçada a um urso de pelúcia, a adolescente de classe média foi ouvida ao lado da mãe, em uma sala especial da unidade policial.
Em depoimentos à polícia, testemunhas descreveram a jovem, caçula de três irmãs, como uma pessoa tímida e introvertida. Ao descobrir o que havia acontecido, durante o depoimento da filha, a mãe da adolescente também ficou espantada.
Um agente de polícia relatou: "Foi preciso mostrar as conversas [da jovem com o namorado, com quem ela se relacionava virtualmente], que estavam salvas em um notebook, para que a mãe acreditasse no que a filha havia feito. Ela repetia a todo momento que a menina era ótima".
Além disso, a adolescente não negou o crime nem chorou durante o depoimento, segundo a polícia. Com um comportamento considerado frio, ela alegou ter sido coagida pelo namorado, mas o argumento não convenceu os investigadores, diante das provas obtidas.
Relembre outros detalhes do caso
O crime foi cometido em 21 de junho, mas os corpos dos pais do adolescente, Inaila Teixeira, de 37 anos, e Antônio Carlos Teixeira, 45 anos, e do irmão caçula dele, um menino de 3 anos, só foram achados na última quarta-feira (25).
Um dia após o adolescente ser apreendido, na mesma data, a namorada dele foi ouvida pela Polícia Judiciária Civil de Mato Grosso (PJC-MT). Em depoimento, o jovem confessou ter matado a família a tiros. Os pais estavam em um sono profundo, depois de tomarem por conta própria um medicamento para dormir.
Depois do assassinato, o adolescente compartilhou uma foto da família morta sobre a cama, o que sugeriu a frieza da ação, segundo a polícia. Em seguida, jogou os corpos dos parentes em uma cisterna.
A avó do adolescente registrou um boletim de ocorrência, depois de o jovem dizer a ela que os pais tinham desaparecido após o filho mais novo do casal engolir cacos de vidro.
Desconfiados da versão informada, policiais civis fizeram buscas na casa da família e, devido a um forte cheiro, encontraram os três corpos na cisterna. O adolescente foi detido no mesmo dia.
Na delegacia, ele confessou que atirou na cabeça do pai, da mãe e no pescoço do irmão morto, segundo o adolescente, para não passar pela "dor de perder os pais".
Os investigadores descobriram um namoro virtual entre o adolescente e uma jovem de 15 anos moradora de Mato Grosso, que ele conheceu por meio de jogos on-line. Eles se relacionavam havia seis anos, segundo ele.
O adolescente também disse à polícia que os pais não aprovavam o namoro e que a namorada teria dado um ultimato: ele precisava ir vê-la pessoalmente.
Porém, como a família teria impedido a viagem, o jovem resolveu matá-los. Durante a perícia feita na casa da família, os investigadores encontraram uma mochila pronta para viagem, com os celulares das vítimas.
Outra linha da investigação envolve uma possível motivação financeira, pois, depois de cometer os assassinatos, o adolescente pesquisou na internet como receber o Fundo de Garantia do Tempo de Trabalho (FGTS) de uma pessoa falecida. O pai teria cerca de R$ 33 mil disponíveis.
A namorada do adolescente foi detida na manhã de terça-feira (1º). Com ela, os policiais apreenderam o notebook usado pela jovem para conversar com o companheiro.
Após a apreensão do casal, a polícia concluiu que os dois teriam se inspirado em um jogo virtual para planejar e cometer o crime. Além disso, a jovem chegou a comentar sobre matar a própria mãe.
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