Dois suplentes devem assumir cadeiras na Câmara dos Deputados após decisões recentes envolvendo os mandatos de Carla Zambelli (PL-SP) e Glauber Braga (Psol-RJ). Em ambos os casos, decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) e do plenário da Câmara alteraram temporária ou definitivamente a composição da Casa, abrindo espaço para a entrada de novos parlamentares.
Suplente de Carla Zambelli
O primeiro caso envolve a deputada Carla Zambelli (PL-SP), que perdeu o mandato por decisão do ministro Alexandre de Moraes, do STF. O magistrado anulou a votação da Câmara que havia mantido o mandato da parlamentar, condenada em ações penais, e determinou a perda imediata da cadeira. Moraes também ordenou que o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), dê posse ao suplente em até 48 horas. A decisão foi acompanhada pela Primeira Turma do STF, em sessão virtual.
Com a saída de Zambelli, quem deve assumir é Adilson Barroso (PL-SP), primeiro suplente do partido em São Paulo, com pouco mais de 62 mil votos nas eleições. Barroso já exerceu mandato em outras ocasiões durante a atual legislatura e é um nome conhecido nos bastidores da política paulista.
Natural de Minas Gerais, Adilson Barroso construiu sua trajetória política no interior de São Paulo. Foi vereador em Barrinha no fim dos anos 1980 e início dos anos 1990, vice-prefeito da cidade entre 1997 e 2002 e deputado estadual por São Paulo de 2003 a 2010. Também passou pela Câmara Municipal novamente em 2016.
Ele foi um dos fundadores do antigo PEN, que depois se tornou o Patriota, legenda da qual acabou afastado antes de se filiar ao PL, em 2021. Nas redes sociais, Barroso se define como conservador e alinhado ao bolsonarismo. Durante a atual legislatura, ocupou temporariamente uma vaga na Câmara enquanto Guilherme Derrite esteve licenciado para comandar a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo.
Carla Zambelli foi condenada pelo STF em dois processos, um deles relacionado à invasão de sistemas do Conselho Nacional de Justiça e outro por perseguição armada a um eleitor às vésperas das eleições de 2022. Ela está presa na Itália, para onde fugiu em junho, e aguarda análise do pedido de extradição feito pelo governo brasileiro.
Suplente de Glauber Braga
Já no caso do deputado Glauber Braga (Psol-RJ), a Câmara decidiu não cassar o mandato, mas aplicou uma suspensão de seis meses. O parlamentar respondia a processo por quebra de decoro após se envolver em uma briga com um integrante do Movimento Brasil Livre (MBL) dentro do Congresso Nacional. Com a suspensão, a cadeira passa a ser ocupada temporariamente pela suplente Heloísa Helena (Rede-RJ).
Heloísa Helena é um nome de destaque na política nacional. Enfermeira e professora, ganhou projeção como senadora pelo PT entre 1999 e 2003, período em que se tornou uma das vozes mais críticas do partido. Acabou expulsa da sigla após se posicionar contra a reforma da Previdência do primeiro governo Lula.
Em 2004, foi uma das fundadoras do Psol e tornou-se a primeira presidente nacional do partido. Dois anos depois, disputou a Presidência da República, ficando em terceiro lugar, com 6,85% dos votos. Posteriormente, deixou o Psol e se filiou à Rede Sustentabilidade.
Nas eleições de 2022, concorreu a deputada federal pelo Rio de Janeiro e ficou como primeira suplente da federação Psol/Rede, com pouco mais de 38 mil votos. Em 2024, tentou uma vaga na Câmara Municipal do Rio, mas também não se elegeu.
Com a suspensão de Glauber Braga, Heloísa retorna ao Congresso, agora como deputada federal. Nas redes sociais, ela saiu em defesa do titular do mandato, chamando-o de “guerreiro” e criticando a tentativa de cassação.
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Adilson Barroso e Heloísa Helena (Geraldo Magela/Agência Senado e Kayo Magalhães / Câmara dos Deputados)



