A audiência publica com o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, nesta quinta-feira, 5, na Câmara dos Deputados, mostrou que a área econômica do governo da presidente Dilma Rousseff está absolutamente afinada no desafio de combater a inflação, tendo como âncora o crescimento e a distribuição de renda, disse o senador Delcídio do Amaral (PT/MS), integrante da mesa que comandou os trabalhos na sessão especial que reuniu representantes de seis comissões da Câmara e do Senado.
Foi a segunda audiência pública do alto comando da economia do governo federal no Congresso em menos de uma semana. A primeira, com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, aconteceu na última terça-feira na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado Federal, presidida pelo senador Delcídio do Amaral.
“Acho que o presidente do BC, Alexandre Tombini, está muito bem articulado com o ministro da Fazenda. Se você olhar a audiência pública do ministro Mantega com a do Tombini, perceberá que ambos estão absolutamente articulados. É evidente a preocupação do Brasil com a inflação, e a âncora da inflação é o crescimento, com distribuição de renda, e não tenho dúvida de que o Banco Central conduz isso com extrema competência, com serenidade e equilíbrio”, comentou o parlamentar sul-mato-grossense.
No debate com os deputados e senadores, Tombini disse que o fluxo de recursos externos para o país desde janeiro deste ano alcançou US$ 54 bilhões, e destacou a atenção que o Banco Central está tendo com o fato de essas entradas envolverem forte movimento de captações diretas de empresas e de bancos, estimadas em US$ 30 bilhões, trazendo a preocupação de que possam gerar impactos inflacionários devido ao aumento da liquidez, além de riscos potenciais à estabilidade financeira. Segundo ele, durante todo o ano de 2010, as captações de empresas e bancos acumularam apenas US$ 14 bilhões e, em 2009, o saldo foi negativo.
Como reação ao movimento de ingressos desses recursos, Tombini citou o aumento anunciado pelo governo no Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), que passou para 6% no início de abril sobre as transações com prazo inferior a dois anos, para a permanência dos recursos no país, com o objetivo de evitar risco à estabilidade da economia brasileira numa eventual reversão do fluxo de capital.
Na avaliação do senador Delcídio, as medidas macro-prudenciais segurando o crédito para que o Brasil tenha crescimento, e o controle de capital, principalmente em relação ao aumento do IOF, já estão fazendo efeito.
“O governo está olhando a inflação e também a questão fiscal com muito cuidado. Na habilidade do Banco Central e da política econômica do Ministério da Fazenda, o objetivo é contemplar todas essas variáveis para colocar a inflação nos eixos. Em junho, julho e agosto do ano passado nós tivemos uma inflação quase próxima a zero e quando você anualiza, repercute, mas ainda dentro da margem entre 4,5% e 6,5%, com a tendência de se chegar em abril de 2012 com uma inflação já dentro do centro da meta de 4,5%”, acredita Delcídio.
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