“Informaram-me: ‘são onze de uma vez, onze atentaram contra a vida de um torcedor do San José’. O que está acontecendo com a Justiça boliviana? Se tem que acusar, que acusasse um, não onze”, afirmou Morales, após realizar o discurso de encerramento do 19º Encontro do Foro de São Paulo. Na verdade, foram 12 os torcedores do Corinthians presos pela acusação da morte de Kevin.
“Quando fui informado, achei que tivessem sido detidos não na rua, mas no estádio”, completou Morales.
Nesta sexta-feira (02), os últimos cinco torcedores que ainda permaneciam presos na Bolívia desembarcaram em São Paulo, após serem soltos depois de cinco meses presos. Do grupo inicial, sete já tinham retornado ao país em junho.
Morales disso não concordar com a forma com que a Justiça procedeu, mas estava de mãos atadas pois “há a separação de poderes”.
Morales ainda falou sobre os casos de bolivianos que residem no Brasil e são submetidos a situações de trabalho degradante. “É nossa obrigação como governo ajudar nossos migrantes.
"Nos países, os imigrantes são os pobres que vem para melhorar sua situação”, comentou.
Morales contou que em 2004, 2005 até uma prima sua foi à Europa para cuidar de idosos e receber mil euros por isso. No entanto, com a crise, as oportunidades no continente escassearam e os bolivianos começaram a retornar. Um dos destinos foi o Brasil, para trabalhar na construção civil e na indústria têxtil, segundo Morales.
Segundo Morales, cabe aos governos criar “políticas que permitem proteger os migrantes da Bolívia”, assim como os asiáticos.
Gerações
Na noite deste sábado (03), Morales se encontrou com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, segundo o Instituto Lula. O presidente boliviano não revelou qual foi o tema da conversa, mas diz ter em Lula um grande companheiro a quem recorre quando precisa de orientação.
O presidente boliviano brincou com o fato de, "após um boicote", pela primeira vez seu país sediará o Foro, em 2014. "Passados 23 anos de Foro, lembro que só havia um governo de esquerda [no início], o de Cuba", afirmou. Assim como Lula na sexta-feira, Morales voltou a falar em uma reinvenção das esquerdas.
"Temos que acabar com os governos impostores e os Estados aparentes", disse. "Mas antes de mudar o mundo, temos que mudar a nós mesmos. Temos que aprender como nos descolonizar do facismo, do capitalismo, do interesse privado", completou.
As manifestações que vem acontecendo no Brasil desde junho são um sintoma de que é preciso "dialogar com os jovens de hoje". "Se os partidos só pensarem nas próximas eleições, estarão equivocados. Os partidos de esquerda têm que pensar nas próximas gerações."Reportar Erro
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