Sérgio de Paula foi eleito, no último dia 4, presidente do PSDB em Mato Grosso do Sul pelos próximos dois anos. Natural de Andradina, São Paulo, De Paula foi o nome de consenso entre Rose Modesto e Beto Pereira para o comando do “ninho tucano” no Estado. Durante suas declarações, De Paula falou sobre eleições municipais, apoios, possíveis coligações e ressaltou sua experiência na política.
JD1 Notícias – O senhor assume o PSDB com qual objetivo?
Sérgio de Paula – Primeiro, o consenso no partido foi um critério muito importante. A desistência do deputado Beto Pereira e da deputada Rose Modesto à disputa da presidência mostra a grandeza dos dois e tal maturidade fortalece o partido. Pela primeira vez temos um presidente sem mandato, e isso dentro do PSDB foi bem aceito, tenho que ressaltar que o Beto fez um grande mandato nesses dois anos, ele reelegeu nosso governador, tivemos um candidato a senador como mais de 300 mil votos, três deputados federais eleitos e cinco deputados estaduais. Isso nos fortaleceu ainda mais e a responsabilidade é muito grande, mas, eu digo que não é o presidente que vai conduzir o partido, e sim sua executiva.
JD1 Notícias – O desempenho nas eleições municipais ano que vem é um termômetro para a sucessão de Reinaldo?
Sérgio de Paula – Todo partido busca poder, esta é uma coisa natural. Na eleição passada, para prefeito e vereador, eu estava à frente desse comando, junto com Reinaldo e com o ex-deputado Márcio Monteiro, e conseguimos um grande sucesso. Elegemos 36 prefeitos e mais de 160 vereadores. Se olharmos para a história do PSDB no Estado, que tem 30 anos, nenhum grupo teve o tamanho e o poder que o Partido da Social Democracia Brasileira tem. Nós temos mais de 50% dos municípios sob o comando do PSDB, é isso o que significa a credibilidade do nosso governador e da sigla partidária. Mas, nós não podemos nos esquecer de que, quando o PSDB fez a coligação da reeleição de Azambuja, tivemos vários aliados e assim cultivamos nossos parceiros. Esteve junto com a gente o DEM, que hoje tem como representante o vice-governador e secretário de Infraestrutura, Murilo Zauith; também o PSD, do senador da República Nelson Trad; o prefeito de Campo Grande, Marquinhos Trad, são alguns dos vários aliados que devemos respeitar. E agora, que eu digo como presidente do PSDB, o partido busca poder, de modo que vamos buscar isso nos municípios, para que sejamos mais fortes.
JD1 Notícias – O apoio a Marquinhos está fechado ou pode mudar?
Sérgio de Paula – Eu estava presente na reunião quando fizemos o convite para que o Marcos Trad apoiasse a reeleição do nosso governador e tenho que agradecer ao prefeito por acreditar no projeto da reeleição, mas elegemos o deputado Fábio Trad e Nelsinho Trad senador, ambos nomes do PSD. No partido existe o diretório municipal, hoje presidido pelo vereador João Cesar. O diretório tem todo o comando disso e, logicamente, a executiva do partido estadual estará de olho nos grandes centros e falam que Azambuja fez compromisso com Marquinhos. Tenho a certeza de que, se foi feito um compromisso, ele será cumprido, agora, existe um partido por de trás de tudo, nós vamos trabalhar, estaremos muito tranquilos se, depois de abril (do ano que vem), a gente sentar e realmente fecharmos apoio à reeleição do prefeito. Feito isso, iremos procurar o cargo de vice ou as secretarias. Lembro-me de quando a Rose se candidatou à prefeitura da capital, nós tivemos a maior bancada de vereadores, em um total de 5 na Câmara e a presidência da casa é nossa, com o vereador João Rocha, e nós conquistamos mais espaço também com a candidatura da Rose, pois ela é uma grande liderança dentro do PSDB e em Campo Grande, o eleitorado da cidade representa 33% do eleitorado de Mato Grosso do Sul. Olhamos com muito carinho para a Cidade Morena e nesse ponto o governador vai conduzir o processo junto com a executiva e o diretório do partido, na capital.
JD1 Notícias – A onda Bolsonaro terá a mesma influência na próxima eleição, que teve na passada?
Sérgio de Paula – Nosso partido, na reeleição de Reinaldo, desde o primeiro dia nós tivemos aqui dois presidente da República, Geraldo Alckmin e Jair Bolsonaro e nunca escondemos essas escolhas de ninguém. E eu digo que a escolha do ano que vem faz parte da democracia e um nome importante de citar aqui é o do Coronel David, que já foi candidato a prefeito de Campo Grande e ele também está nesse meio, dos que podem disputar a prefeitura. O pleito do ano que vem será de aprendizado, pois não terá mais coligação proporcional, os maiores partidos terão que se fortalecer muito com isso. Terá uma janela no ano que vem para o Legislativo, com isso terá a centralização destes vereadores já eleitos no mandato, o que eu acho que vai fortalecer cinco ou seis partidos. Não podemos esquecer do DEM no Estado, afinal temos dois ministros, Tereza Cristina e Luiz Mandetta, e isso fortalece o Democratas, já que será um atrativo para trazer prefeitos, vereadores e lideranças para o partido e isso está muito bem alinhado com o nosso governador. E se o Marquinhos Trad, lá na frente, estiver bem e se houver três ou quatro candidatos à prefeitura, sem proble mas. O PSDB também tem nomes que podem entrar na disputa e a Rose é um desses nomes, mas deve haver muita tranquilidade, tem que ter humildade para formar essas coligações e com a nossa liderança maior, que é o Reinaldo, teremos a serenidade e transparência de conduzir todo o processo.
JD1 Notícias – O Sr está na política há pelo menos vinte anos. O que mudou na sua visão?
Sérgio de Paula – Tenho mais de 20 anos de partido e de vida pública com o meu amigo, Reinaldo Azambuja, e uma coisa que existe entre nós é a lealdade, e cada um tem um estilo. Eu sou um cara muito trabalhador, não tenho hora, de dia ou à noite, trabalho muito. Estive no partido quando o PSDB tinha três prefeitos, um deputado e mesmo assim fomos trabalhando. Hoje, temos 33 mil filiados, eu defendo que temos que interagir com esses associados, pois são eles os voluntários da campanha, são essa pessoas que pegam a bandeira do 45 e vão às ruas pedir votos. Nessa nova gestão de dois anos pretendo montar um sistema de Tecnologia da Informação (TI) bem inteligente para que possamos nos comunicar com os filiados e vir a aumentar esse número. Quando o partido tinha apenas três prefeitos era o PSDB e agora somos 41, mas a responsabilidade aumenta. Tenho satisfação em dizer que eu conheço todo o Mato Grosso do Sul e assim conhecemos a história de cada município, adquiri essa experiência também quando estive à frente da Assomasul, durante nove anos, que é a casa dos prefeitos. A onda Bolsonaro da eleição passada terá reflexo em 2020, mas digo que a verdade vai prevalecer sobre a mentira, sobre as fake news. Na reeleição do Reinaldo nós provamos, primeiro, que ele foi um governador municipalista, o que é muito importante. Temos que buscar as mulheres para o nosso partido, assim como a juventude. E eu acredito muito no segmento feminino do PSDB Mulher, que tem Mara Caseiro como presidente. Temos que renovar o partido.
JD1 Notícias – A crise econômica que afeta o Estado terá qual reflexo na política?
Sérgio de Paula – O nosso governo teve a coragem da fazer algo impopular, que foi o aumento de imposto, isso ficou na conta e, mesmo assim, na reeleição, a população avaliou Reinaldo e analisaram o pagamento em dia do servidor como um dos pontos relevantes e muitos enxergaram isso.
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