O Ministério da Saúde emitiu nota técnica recomendando a inserção do DIU (Dispositivo Intrauterino) por enfermeiros e médicos como parte do planejamento familiar e reprodutivo. A orientação encerra uma polêmica do ano passado, quando os profissionais de enfermagem do DF foram impedidos de fazer a inserção do DIU por conta de uma decisão judicial.
A nota do Ministério da Saúde ressalta que “a literatura científica não mostra diferença de desempenho entre enfermeiros (as) e médicos (as) na inserção habitual do DIU, incluindo aquelas realizadas após eventos obstétricos (pós-parto e pós-aborto)”.
De acordo com a pasta, a oferta, indicação, inserção e retirada do DIU devem ser realizadas por profissionais capacitados, após avaliação clínica da pessoa, fornecendo informações claras sobre os benefícios e os possíveis riscos, além de exigir a assinatura de um TCLE (Termo de Consentimento Livre e Esclarecido).
A presidente do Cofen (Conselho Federal de Enfermagem), Betânia Santos, comemorou a decisão. Segundo ela, o Cofen capacita enfermeiros para atuar em Saúde Sexual e Reprodutiva, incluindo a inserção do DIU. “A revogação da nota técnica 21/2021, que dificultava o acesso das mulheres, foi uma reivindicação nossa para restabelecer os direitos das mulheres relacionados à reprodução”, afirmou.
Direitos reprodutivos
Segundo dados do Ministério da Saúde, os enfermeiros são responsáveis pela expansão do acesso ao DIU, realizando 61% das inserções na Região Norte, 43,6% na Região Nordeste e mais de um terço das inserções na Região Centro-Oeste em 2022. No entanto, o acesso ao DIU ainda é baixo, com apenas 4 em cada 100 brasileiras em idade fértil e sexualmente ativas utilizando esse método contraceptivo.
A ampliação do acesso ao DIU é apoiada pelo Fundo de Populações das Nações Unidas (UNFPA/ONU), que também oferece capacitação para enfermeiros. Os contraceptivos de alta eficácia e longa duração, como o DIU e os implantes, apresentam taxas de falha inferiores a 1%, enquanto métodos mais comumente utilizados, como pílulas, injeções ou preservativos, possuem taxas de falha de 8% a 12%. A dificuldade de acesso ao DIU contribui para as altas taxas de gravidez não planejada.
Tenha em seu celular o aplicativo do JD1 e acompanhe em tempo real todas as notícias. Para baixar no IOS, clique aqui. E aqui para Android.
Reportar ErroDeixe seu Comentário
Leia Também

Câmara aprova criação de programa que fiscaliza regulação de leitos do SUS

Tem asma? Pacientes são convidados para estudos clínicos na Capital

Plantão nas UPAs conta com mais de 50 médicos neste sábado

Riedel sanciona lei que assegura proteção a beneficiários com TEA em planos de saúde

Casos de síndrome respiratória aguda grave estão em queda, diz Fiocruz

Especialista discute câncer de boca e lesões orais no Saúde e Bem-Estar desta sexta

SUS vai oferecer novos tratamentos para endometriose

MP fiscaliza atendimento a vítimas de violência sexual em Corumbá e Ladário

MS recebe 34 médicos do Programa Mais Médicos para reforçar atenção básica
