Menu
Menu
Busca domingo, 16 de março de 2025
Cidade

Nova regra obriga redes sociais a retirar conteúdo de apologia à violência

Ministério da Justiça cria regulação de plataformas e prevê punições

13 abril 2023 - 11h25Karine Alencar

Em meio ao ambiente de pânico envolvendo ameaças e casos de violência no ambiente escolar, o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) anunciou nesta quarta-feira (12) a edição de uma nova portaria com uma série de obrigações para as plataformas de redes sociais.

De acordo com o ministro Flávio Dino, a norma assinada por ele traz "medidas práticas e concretas", de regulação do serviço prestado pelo setor, com foco específico na prevenção de violência contra escolas. Nas últimas semanas, ocorreram dois atentados desse tipo e ameaças de ataques têm se propagado no país inteiro.

"Pela primeira vez temos um regramento claro de como combater condutas a partir da responsabilização das empresas, que, durante anos, disseram que elas eram neutras e que, portanto, elas não eram responsáveis. E são. O que a portaria afirma é que são responsáveis politicamente, socialmente e juridicamente. Porque essas empresas são prestadoras de serviços, eles selecionam conteúdo que nós visualizamos, eles impulsionam conteúdos, eles influenciam, portanto, no conteúdo que circula na internet", afirmou em coletiva de imprensa para anunciar a medida.

A portaria prevê, por exemplo, que a Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), órgão do Ministério da Justiça, instaure processos administrativos para apuração de responsabilidade de cada empresa em relação à eventual violação do que o ministro chamou de "dever de segurança e de cuidado" das plataformas em relação a conteúdos violentos contra comunidades escolares.

É no âmbito desses processos que as plataformas deverão atender a diversas requisições da pasta prevista na norma, como, por exemplo, a obrigação de apresentar relatórios de avaliação de riscos sistêmicos sobre propagação de conteúdos ilícitos, informações sobre risco de acesso de crianças e adolescentes a conteúdos inapropriados para idade, além de conteúdos considerados ilegais, nocivos e danosos, segundo a portaria.

A Senacon também poderá requerer informações sobre risco de propagação e viralização de conteúdos e perfis que exibam extremismo violento, incentivem ataques ao ambiente escolar ou façam apologia e incitação a esses crimes ou a seus perpetradores.

O descumprimento das medidas, segundo o ministro Flávio Dino, poderá acarretar aplicação de multas que podem chegar a R$ 12 milhões ou, nos casos mais graves, até mesmo na suspensão administrativa dos serviços das redes sociais no país.

"O que desejamos é a adequação desses serviços. Mas, o processo administrativo estará instaurado e, claro, se não houver o atendimento dessa normatividade ditada sobre violência contra escolas, o processo administrativo vai adiante para que haja aplicação dessas sanções, que vão desde multas até, eventualmente, a suspensão das atividades", ressaltou Dino. Apesar de ser editada em contexto de crise, a portaria tem prazo indeterminado.

Identificação de autores
Outra determinação da portaria exige o compartilhamento, entre as plataformas de redes sociais e as autoridades policiais, de dados que permitam a identificação do usuário ou do terminal da conexão com a internet que o usuário disponibilizou o conteúdo considerado violento contra escolas. Este trabalho ficará sob coordenação da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), também vinculada ao MJSP.

Também segundo a portaria, a Senasp poderá determinar às plataformas que impeçam a criação de novos perfis a partir dos endereços de protocolo de internet (endereço IP) em que já foram detectadas atividades ilegais, danosas e perigosas.

Ainda de acordo com a portaria, a Senasp vai instituir um banco de dados de conteúdos ilegais, contendo links, imagens, vídeos, entre outros, com o objetivo de facilitar a identificação pelos sistemas automatizados das plataformas, para que sejam rapidamente removidos.

A portaria não determine prazos específicos de remoção, mas o ministro da Justiça disse que deverá adotar como padrão o prazo máximo de duas horas, o mesmo usado pela Justiça Eleitoral, durante as eleições de 2022, para a retirada de conteúdos ilegais nas redes sociais.

Agência Brasil

Reportar Erro
Gov Transversal - Mar25

Deixe seu Comentário

Leia Também

Procon-MS recebeu mais de 14 mil reclamações de serviços ou produtos em 2024
Cidade
Procon-MS recebeu mais de 14 mil reclamações de serviços ou produtos em 2024
Fumacê na Capital
Cidade
Abra as janelas! Fumacê passa por seis bairros nesta sexta; veja quais são
Agetran interdita diversas ruas a partir de hoje
Cidade
Veja as ruas que ficarão interditadas neste fim de semana em Campo Grande
Prefeitura lança o calendário oficial de atendimentos para 2025 do Mutirão "Todos em Ação"
Cidade
Mutirão "Todos em Ação" 2025 começa pelo Anhanduizinho; confira
Bairro Chácara dos Poderes -
Cidade
MPMS abre investigação sobre os impactos ambientais das obras do viaduto na BR-163
Corolla pegou fogo em Campo Grande
Cidade
JD1TV AGORA: Carro pega fogo na Ernesto Geisel
Já passou na sua região? Fumacê percorre outros seis bairros nesta quarta-feira
Cidade
Já passou na sua região? Fumacê percorre outros seis bairros nesta quarta-feira
Eduardo Riedel e Toru Shimizu, cônsul-geral do Japão em São Paulo
Cidade
Riedel recebe comitiva do Japão e estreitam laços para fortalecer economia e cultura
Fumacê em Campo Grande
Cidade
Vila Nasser, São Conrado, Pioneiros, Seminário e Los Angeles recebem o Fumacê
Servidores da enfermagem em ato de protesto em frente à prefeitura da Capital -
Justiça
Sindicatos recorrem à Justiça contra decreto de cortes de gastos da prefeitura

Mais Lidas

O caso está sendo investigado pela 2° Delegacia de Polícia Civil de Campo Grande
Polícia
Diretora de escola do Coophasul é ameaçada por integrante de facção criminosa
Mulheres da CCR MSVia
Comportamento
Mulheres que movem a BR-163 em MS: histórias de coragem e superação
O local da execução não tinha iluminação pública
Polícia
AGORA: Homem é morto a tiros em estrada 'abandonada' do Jardim Colúmbia
Empresário Valdir Vieira
Geral
Dono do Hotel Jandaia, Valdir Vieira morre aos 63 anos