"Quando você comete um erro, faz parte da guerra. Mas quando você tem um problema como Cingapura, não é parte do seu jogo. Aquilo não estava dentro das regras e é o tipo de coisa que vou lembrar para sempre - mais até do que o que houve em Interlagos. As pessoas falam sobre os pilotos da Renault, mas se esquecem de quem foi prejudicado por eles. Para mim, é uma grande vergonha que a FIA não tenha tomado nenhuma decisão mais contundente naquela época" desabafou Massa, em entrevista à edição de março da revista inglesa F1 Racing.
No GP de Cingapura, 15ª etapa da temporada 2008, Felipe Massa liderava a corrida quando o compatriota Nelsinho Piquet, da Renault, bateu em um muro e provocou a entrada do safety car na pista. O acidente desencadeou uma correria dos pilotos para os boxes. Em meio a tanta pressa, a Ferrari acabou liberando o brasileiro do pit stop antes de desconectar a mangueira de combustível. A trapalhada comprometeu a prova de Massa, que terminou apenas na 13ª posição, longe da zona de pontuação.
Em agosto de 2009, Nelsinho revelou que o acidente havia sido proposital, dando origem a um dos maiores escândalos da história recente da Fórmula 1: o “Cingapuragate”. O brasileiro, então em seu primeiro ano na principal categoria do automobilismo mundial, foi instruído por Flavio Briatore, chefe da Renault, e pelo diretor de engenharia Pat Symonds a causar a batida deliberadamente para favorecer o companheiro Fernando Alonso, que venceu a prova. Briatore foi banido, e Symonds acabou suspenso por cinco anos. Caso a prova fosse anulada, Massa ficaria à frente de Hamilton na classificação final.
Mais de cinco anos depois, Massa se prepara para uma nova etapa da carreira. Fora da Ferrari, o brasileiro aceitou a missão de comandar o renascimento da Williams. Outra peça-chave para o ambicioso plano de recolocar a tradicional escuderia britânica no caminho da vitória é justamente Symonds, escolhido para o cargo de diretor técnico. Na entrevista à F1 Racing, o vice-campeão de 2008 revelou que já conversou com o ex-funcionário da extinta Renault sobre o delicado e polêmico assunto.
"Com certeza, conversei com Pat Symonds sobre isso. Eu acredito que ele tenha tido menos envolvimento nessa história do que as pessoas pensam. De qualquer forma, não preciso falar sempre sobre isso para entender o que aconteceu. Eu sei exatamente o que se passou. Mas conversar sobre Cingapura foi um momento muito importante para mim e para ele. Nós precisávamos sentar e falar sobre aquilo. Eu não poderia trabalhar 100% com Symonds sem conversar sobre isso com ele antes" declarou Massa.
A contratação de Symonds foi um dos primeiros passos da Williams rumo a sua reestruturação interna. Dona de nove títulos de Construtores e sete de Pilotos, a equipe de Grove registrou um dos piores desempenhos de sua história em 2013. O time fundado por Sir Frank Williams ficou apenas em nono lugar do ranking, com meros cinco pontos marcados em 19 etapas. A escuderia inglesa anunciou Symonds em julho, após demitir o diretor técnico Mike Coughlan. Massa foi confirmado em novembro, com contrato de dois anos e opção de mais um.Reportar Erro
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