
O número de registros de arma de fogo para pessoas físicas realizados pela Polícia Federal quintuplicou nos últimos dez anos. Os dados, obtidos pelo Instituto Sou da Paz por meio da Lei de Acesso a Informação, mostram que, no período de 2008 a 2017, a quantidade de armas registradas saltou de 6.260 para 33.031.
“A gente acredita que isso está bastante relacionado tanto a uma sensação de insegurança das pessoas e uma dificuldade de ver respostas efetivas do Estado, mas, principalmente, à maior difusão de um discurso um pouco fácil de que é só comprar uma arma e todos os seus problemas estarão resolvidos”, destaca a coordenadora de Projetos do Instituto Sou da Paz, Natália Pollachi.
Segundo ela, as estatísticas mostram que, em geral, as pessoas não conseguem reagir de modo a evitar o assalto ou balear o assaltante. “A tentativa de reação aumenta a gravidade do fato. O que poderia ser um roubo à mão armada pode se tornar um latrocínio”, ressalta. “A chance de a pessoa conseguir reagir armado é tão pequena que é muito mais provável que essa arma acabe sendo mal utilizada, em brigas familiares, em acidentes com crianças, em brigas de trânsito”.
No período, os dados mostram um forte aumento no número de registros principalmente a partir de 2013, quando 19.476 armas foram documentadas. Em 2014, a quantidade subiu para 24.204; em 2015, 36.303; em 2016, 32.552; e em 2017, 33.031.
“Quanto mais armas aparecem na mão dos cidadãos, ou liberando porte ou liberando compra de armas, ou qualquer outro motivo, os homicídios crescem. Não só os acidentes domésticos, os casos de morte em assalto também crescem. O bandido, quando vê um cidadão armado, ele pode desconfiar que é um policial ou pode desconfiar que vai reagir e imediatamente atirar”, destaca o coronel da reserva da Polícia Militar de São Paulo, José Vicente da Silva Filho.
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