A CPI do Cachoeira deve aprovar nesta quinta-feira (05) a convocação de Fernando Cavendish, dono da construtora Delta, para depor sobre a suspeita de que sua empresa financiou um esquema de corrupção comandado pelo empresário Carlinhos Cachoeira.
A base aliada vinha sendo criticada por adiar a convocação do empresário, mas aceitou convocá-lo após saber que ele pretende ficar em silêncio na CPI. Ao governo não interessa que fale pois, desde 2007, a empreiteira foi a maior recebedora de recursos federais.
Membros da CPI investigam se dinheiro da Delta financiou caixa dois de campanhas eleitorais. A PF averiguou que recursos da empreiteira abasteceram empresas fantasmas usadas pelo esquema de Cachoeira. A empresa nega irregularidades.
O acordo na base aliada para a convocação de Cavendish inclui a manutenção do rito pelo qual os depoentes que recorrem ao direito de permanecer calado não são questionados pelos parlamentares, permanecendo na sala da CPI apenas segundos, o que evita constrangimentos.
O DEM e parlamentares independentes queriam mudar o rito para terem direito de fazer questionamentos mesmo que o depoente se recuse a responder. O PSDB chegou a defender a mudança, mas recuou após ser avisado pelo PT e PMDB de que se assim for todos os depoentes que não foram questionados serão reconvocados. Isso inclui a vinda de pessoas ligadas ao governador Marconi Perillo (PSDB-GO).
Na manhã de hoje, a CPI decidiu manter o rito após 20 integrantes votarem a favor da continuidade e oito se posicionarem contra a mudança. A alteração estava sendo debatida e uma das consequências podia ser a não convocação de Cavendish com a ideia de mandar o depoente embora tão logo ele comunicasse que iria permanecer calado. A comissão adotou o modelo após a senadora Katia Abreu (PSD-TO) se irritar com a decisão de Carlos Cachoeira de não responder aos parlamentares quando esteve na CPI. Ela chegou a chamar o empresário de "múmia", o que levou a CPI a optar por dispensar quem não quisesse contribuir. O DEM prometia recorrer ao STF se perdesse na discussão hoje.
O embate na CPI deve ficar em torno da convocação de Luiz Antonio Pagot, ex-diretor do Dnit, considerado "incontrolável" pelos governistas.
A base aliada ao governo não quer a convocação de Pagot com o argumento de que o depoimento dele irá levar à CPI supostas irregularidades em obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).
Se Pagot for convocado, os governistas, que têm maioria na comissão, ameaçam chamar o ex-diretor da Dersa (Departamento de Estradas de São Paulo) no governo de José Serra (PSDB), Paulo Vieira, o Paulo Preto. O órgão que ele comandava contratou a Delta.
Também ameaçam convocar Adir Assad, dono de empresas suspeitas de operarem para a Delta e outras grandes empreiteiras do país em São Paulo.
Via Folha
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