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Política

Candidatos ao governo se mantêm em equilíbrio durante debate

29 setembro 2010 - 09h45Rachid Waqued
Embora grande parte da população esperasse um debate polêmico por conta dos vídeos divulgados pela mídia nas últimas semanas, os candidatos ao governo de Mato Grosso do Sul, apesar das alfinetadas proferidas contra os adversários, conseguiram manter um bom nível. O debate realizado pela TV Morena, teve como mediadora a jornalista Poliana Abritta, da surcusal da Rede Globo. O primeiro bloco do debate entre os candidatos ao governo, na TV Morena, foi marcado por críticas de André Puccinelli (PMDB) ao antecessor Zeca do PT, e do candidato petista, aos antecessores do PMDB. Logo de início, o governador André Puccinelli fez uma pergunta ao rival Zeca. O tema sorteado era carga tributária. Puccinelli disse que o ex-governador havia prometido na primeira campanha os incentivos aos pequenos comerciantes, mas não cumpriu. Zeca acusou Puccinelli de ter aumentado a carga tributária. “Vou zerar tributação para micro empresa”, acrescentou. Puccinelli disse que assumiu o Estado quebrado, sem o pagamento de 13 salário e com servidores tendo que fazer empréstimo consignado para receber. “Não fomos nós que aumentamos 123% o ICMS do álcool e a gasolina”, disse o governador. Em seguida, foi a vez de Zeca criticar os antecessores. “Verdade, aumentei ICMS do combustível em razão da quebradeira que herdei Mato Grosso do Sul”, afirmou. Zeca disse ainda que encontrou a Sanesul deteriorada. “Garanto que eu não vou privatizar a Sanesul”, afirmou. Nei Braga (PSOL) afirmou que o PSOL tem compromisso de valorizar o saneamento e disse que saúde é prioridade. O candidato também fez críticas ao serviço de saneamento, classificado como de má qualidade. Sobre a saúde, Puccinelli também criticou o antecessor dizendo que a LDO (Lei de Diretrizes Orçamentária) não era cumprida. O governador afirmou que construiu quatro hospitais e que é o que mais investiu no setor. Somente em 2009 foram R$ 618 milhões, 15% do orçamento. “Ainda é pouco, mas investimos mais que os outros. O segundo bloco do debate da TV Morena entre os candidatos ao governo de Mato Grosso do Sul girou em torno de temas polêmicos como a “quebradeira” da Sanesul e vídeos divulgados no Youtube que revelam indícios de corrupção. O candidato Zeca do PT abriu o bloco questionando Nei Braga, do PSOL, a respeito de seus projetos na área da infraestrutura. Braga disse que seu partido não pretende “inventar a roda” e que pretende colocar em prática bons projetos apresentados por outros governadores, mas não executados. Na réplica, Zeca abordou outro assunto polêmico ao afirmar que logística tem a ver com a Agesul (Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos), que ele pretende “refundar” no caso de ser eleito. “Quero retomar as 150 máquinas que foram entregues para empreiteiras fazerem o serviço a custo zero”, disparou o petista, destacando que seus projetos em infraestrutura também englobam a macrologística. “São hidrovias, rodovias, portos e aeroportos, que auxiliarão na geração de empregos, renda e que transformarão o Estado”, respondeu. Na tréplica, Nei Braga disse que infraestrutura significa usar o dinheiro público de forma correta, já que se trata de um setor que é um “verdadeiro ralo para desvio de recursos”. Outro assunto abordado no terceiro bloco foi o polêmico vídeo em que o deputado estadual Ary Rigo (PSDB) denuncia pagamento de propina para integrantes dos Poderes Executivo, Legislativo, Judiciário e do Ministério Público Estadual. Questionado sobre o assunto pelo candidato Nei Braga, Puccinelli justificou afirmando que foi o único candidato a apresentar seu Imposto de Renda desde 1996, quando assumiu a administração do município de Campo Grande, além de certidões de compra e venda de imóveis. “Fui o único candidato a autorizar a quebra do meu sigilo bancário, fiscal, e desafio os outros candidatos a fazerem o mesmo”, declarou o governador. Puccinelli também afirmou que os vídeos têm caráter eleitoreiro, já que só foram divulgados faltando 15 dias para a eleição. Na réplica, Nei Braga lembrou que governantes têm a obrigação de cuidar do patrimônio público e que espera o esclarecimento dos fatos. André, na tréplica, disse que sempre pautou sua vida pela austeridade. Puccinelli prosseguiu com o debate no terceiro bloco questionando Zeca do PT sobre seus feitos pela Sanesul. Zeca disse que recuperou o órgão abandonado pelo seu antecessor, Wilson Barbosa Martins, do PMDB. “Também melhorei o salário dos servidores sem PAC e sem recursos federais”, respondeu, enfatizando que não pretende privatizar a Sanesul se for eleito. Puccinelli achou “interessante” Zeca ter se "esquecido" do investimento de R$ 19 milhões em uma obra não realizada, afirmando que investiu R$ 420 milhões na Sanesul em pouco menos de quatro anos, sendo R$ 165 milhões do governo federal. Zeca fez sua tréplica afirmando que o discurso da “quebradeira” da Sanesul é furado e que em vez de aplicar verbas no órgão, Puccinelli fez investimentos com recursos públicos no mercado financeiro. André promete UEMS na Capital; Zeca mais festivais Rivais históricos, os candidatos André Puccinelli (PMDB) e Zeca do PT fizeram promessas no terceiro bloco do debate desta noite na TV Morena. Entre as promessas mais marcantes está a de Puccinelli de criar uma sede da UEMS (Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul) em Campo Grande e a de Zeca de criar mais três grandes festivais de cultura. Respondendo a pergunta do candidato do PSOL, Nei Braga, Zeca do PT afirmou, que irá recriar a Secretaria de cultura que foi extinta, reestruturar FIC (Fundo de Investimento na Cultura), criar o Conselho Estadual da Cultura para definir as prioridades, e criar festivais em Três Lagoas, Coxim e Ponta Porã. Os festivais seriam no mesmo padrão do Festin Bonito e Festival da América do Sul. Nei Braga disse que na administração de Zeca, o ex-secretário Silvio Nucci teve desvio de verba comprovado na pasta. Zeca afirmou ainda que devolveria a autonomia financeira à UEMS (Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul). Puccinelli respondeu com números. O governador disse que aumentou gradativamente o repasse à instituição de ensino de R$ 47 milhões no governo petista para R$ 62 milhões na administração dele. “Foram 12% a 14% a mais por ano de recurso”, afirmou. O governador também prometeu fazer uma sede da UEMS em Campo Grande com curso de medicina. Puccinelli disse ainda que pela primeira vez o governo entrega kit e material escolar aos alunos. Já Nei Braga prometeu valorizar o profissional da segurança principalmente para combater a entrada de drogas e armas pela fronteira. Puccinelli lembrou ainda da contratação de policiais, aquisição de 7 toneladas de munição e entrega de viaturas. Debate é encerrado com desvios do FAT e pedidos de voto O quarto e último bloco do debate entre os candidatos ao governo do Estado, exibido pela TV Morena, foi permeado por assuntos como o escândalo do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador), ocorrido na gestão de Zeca do PT, e proposta para a municipalização das ações. Também foi neste bloco que Zeca, André Puccinelli (PMDB) e Nei Braga (PSOL) fizeram suas considerações finais e pediram votos aos telespectadores. André abriu o bloco questionando Zeca sobre o suposto desvio milionário de recursos do FAT, por meio de notas frias, para financiamento de campanhas do partido. O petista se justificou afirmando que não interferiu no andamento dos processos e que não se “escudou” em seu mandato e nem se escondeu atrás da Assembleia Legislativa. “Não estou arrolado em nenhum processo e se algum funcionário do meu governo fez algo errado, terá de pagar”, garantiu o ex-governador petista, que esteve à frente da administração de Mato Grosso do Sul por oito anos consecutivos. No fim de sua justificativa, Zeca desviou o assunto e sugeriu a André Puccinelli que autorize a Assembleia Legislativa a dar prosseguimento em processo para investigar suposto enriquecimento ilícito. Na réplica, o governador disse que Zeca é quem deveria provar que não enriqueceu ilicitamente, já que seu patrimônio cresceu 16 vezes desde que assumiu o governo do Estado em 1998. Também questionou seu adversário sobre a falta de informação a respeito do que seus assessores diretos e secretários faziam com as verbas do FAT. “Como ele não sabia se isso foi um escândalo nacional? Então ele não cuidava de seu governo? Com isso, o Estado perdeu R$ 30 milhões para a requalificação profissional”, disparou Puccinelli. Zeca afirmou que a maioria dos processos relacionados a esta questão está sendo arquivada por falta de provas. O petista prosseguiu com o debate questionando o candidato do PSOL, Nei Braga, sobre suas propostas para a municipalização do governo. “É fazer o que fizemos ou contratar ex-prefeitos a R$ 10 mil por mês para a Casa Civil”, questionou. Nei Braga disse que, apesar de não tem formado um conceito sobre o municipalismo, sabe que qualquer ação só faz sentido se for revertida em benefícios para o cidadão. Em resposta, Zeca afirmou que pretende investir na interiorização dos investimentos caso seja eleito, fazendo parceria com os prefeitos e convênios nas áreas de saúde, cultura, educação e segurança pública. Nei Braga prosseguiu repudiando a “relação promíscua” de dependência das cidades em relação ao governo do Estado. “O que não pode é essa chantagem política para liberação de verbas”, criticou. O debate prosseguiu com Nei Braga, do PSOL, retomando o assunto dos vídeos divulgados no Youtube e a revelação de indícios de corrupção. Ele perguntou se será solicitada também a quebra do sigilo bancário e fiscal de assessores diretos do governador. Puccinelli respondeu que toda a sua família já teve contas vasculhadas, assim como alguns secretários e assessores, e que já foi provada sua idoneidade em 39 das 40 ações judiciais propostas contra ele pelo PT. Nei Braga disse que é o único candidato sem processos na Justiça. Puccinelli continuou sua justificativa afirmando que mora há 17 anos no mesmo apartamento, dirige seus próprios carros e que está à disposição dos órgãos competentes para qualquer tipo de averiguação. Considerações finais - Cada candidato teve três minutos para suas considerações finais. Nei Braga disse que não vai usar recursos do Estado para enriquecimento próprio caso seja eleito. Também enfatizou que seu partido, o PSOL, simboliza a renovação, “uma proposta de governo sério e de respeito”. André Puccinelli disse que procurou fazer uma campanha propositiva, e citou alguns itens de seu plano de governo, como a criação do curso de medicina em um campus da UEMS em Campo Grande, integração das polícias, e construção de 50 mil novas residências populares. Zeca do PT finalizou o debate afirmando que realizou uma campanha “olho no olho”, andando por vilas e assentamentos e apresentando propostas para a saúde, educação e crescimento econômico e social. Também aconselhou a população a não vender seu voto e nem ceder a chantagens eleitoreiras. Fonte: Campo Grande News

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