O senador Waldemir Moka (PMDB-MS) negou que tenha “batido boca” com a presidente Dilma Roussef durante o almoço promovido pelo Planalto com os senadores do PMDB, como foi divulgado pela imprensa nacional durante a semana. “O encontro foi muito respeitoso e os argumentos foram ouvidos pela presidente com atenção”, diz Moka.
O encontro entre Dilma e a bancada peemedebista ocorreu na quarta-feira e discutiu vários temas. O assunto que teria elevado a temperatura do encontro foi o Código Florestal. A presidente confirmou aos senadores que pretende vetar a emenda 164, que isenta produtores que tenham desmatado até junho de 2008 do pagamento de multas.
Neste momento, Moka interveio e argumentou que o texto não fala em anistia. Quem desmatou até a data estabelecida no texto aprovado pela Câmara terá de ingressar em um programa de recuperação de área degradada. “É como se fosse um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta). A multa só deixará de existir na hora em que o produtor recuperar a área degradada”, reitera o senador, repetindo o que disse durante a reunião. “Mas em momento algum houve bate-boca.”
De acordo com Moka, Dilma ouviu seus argumentos de forma respeitosa e – de certa forma – surpresa. “Parecia que era a primeira vez que ela ouvia essa interpretação do PL”, observa o senador.
Durante a semana, o parlamentar foi procurado pelos senadores Rodrigo Rollemberg (PSB-DF), presidente da Comissão de Meio Ambiente, e Jorge Viana (PT-AC), escolhido como relator do Código Florestal na comissão. “Eles pediram ajuda na articulação com o presidente e o relator do texto na Comissão de Agricultura”, conta, em referência a Acir Gurgacz (PDT-RO) e Luiz Henrique (PMDB-SC).
“Já conversamos na quarta-feira e definimos que as duas comissões vão ter o cuidado de buscar o equilíbrio das propostas, realizando audiências públicas e trabalhando juntas”, destaca Moka. “Vamos buscar o acordo. Mas, se não houver, vamos ter que decidir no voto.”
Juros - Sobre o encontro com a presidente, o senador acrescenta que também foram discutidos pontos da reforma tributária, especialmente sobre um novo indexador para os empréstimos concedidos aos estados, amenizando o problema de endividamento.
“A presidente foi receptiva, embora tenha alertado que o assunto precisa ser discutido de uma forma mais ampla. Mas ela reconhece que os juros que os estados pagam hoje por um financiamento estão bem acima do que é praticado até mesmo pelo mercado”, relata Moka.
Outro assunto foi a tramitação das medidas provisórias. Na quarta-feira, duas delas caíram porque perderam a validade sem que fossem submetidas à votação. O episódio reacendeu a discussão sobre a necessidade de mudanças na tramitação das MPs, que frequentemente travam a pauta. “As medidas chegam ao Senado já com prazo quase estourado. E não se pode mexer, porque se houver alteração, é preciso devolver o texto à Câmara e aí é que acabam caducando mesmo”, explica o senador.
Sobre o clima político do encontro, Moka garante que tudo transcorreu de forma “tranquila e espontânea”. “Ela (Dilma) foi o tempo todo cordial e estabeleceu uma aproximação da bancada como um todo. Ela percebeu que a bancada tem votado com o governo e pode ser considerada, de fato, aliada. Eu não a apoiei nas eleições, mas, em relação ao seu governo, tenho votado segundo a orientação do líder”, diz Moka.
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