Com a segunda onda da Covid-19 em alta e com o colapso no sistema de Saúde de Manaus (AM), onde pacientes estão morrendo por falta de oxigênio, usuários do Twitter pressionaram, nesta sexta-feira (15), o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), a abrir o processo de impeachment contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
A hashtag #ImpeachmentBolsonaroUrgente chegou a ser o assunto mais comentado do Twitter, por volta das 11h. O movimento, que começou ainda de madrugada, seguia entre os 10, com mais de 84 mil tuítes, até por volta das 12h30.
Maia atribuiu a situação na capital do Amazonas à “agenda negacionistas que muitas lideranças promovem” e voltou a defender a volta das atividades do Congresso Nacional, que está em recesso.
Na última semana, o presidente da Câmara, que tem a prerrogativa de analisar os pedidos de impeachment contra o presidente da República, disse que a questão da vacinação contra a Covid-19 pode ser um motivo para o processo de destituição de Bolsonaro em poucos meses, mas, que isso, caberia ao próximo comandante da Casa. Há cerca de 60 pedidos contra o chefe do Executivo.
‘Inevitável’
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse que será inevitável discutir um pedido de impeachment contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) "no futuro". A declaração foi dada ainda nesta sexta-feira (15), em coletiva de imprensa no Palácio dos Bandeirantes, ao lado do governador de São Paulo, João Doria (PSDB).
"Eu acho que esse tema de forma inevitável será discutido pela casa no futuro. Temos de focar no principal, que agora é salvar o maior número de vidas, mesmo sabendo que há uma desorganização e uma falta de comando por parte do ministério da Saúde", disse Maia.
O presidente defendeu que, neste momento, a prioridade é retomar os trabalhos da Câmara e do Senado, que estão em recesso desde dezembro. Essa foi a justificativa dada por Maia para não discutir e protocolar um processo de impedimento neste momento. "Nós estamos em recesso, desde março vivemos uma pandemia, da qual a nossa decisão não foi avaliar ou deixar de avaliar impeachment, mas, sim, compreender que a pandemia é a prioridade de todos nós", disse.