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Política

Mensagens vazadas sugerem "justiça paralela" de Moraes no 8 de janeiro

Conversas indicam que estrutura do TSE foi usada para rastrear redes sociais de manifestantes

05 agosto 2025 - 15h52Carla Andréa

Novas mensagens vazadas de assessores ligados ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), sugerem que a estrutura do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) teria sido utilizada para monitorar e investigar manifestantes detidos após os atos do dia 8 de janeiro de 2023.

As revelações fazem parte da série de reportagens do caso “Vaza Toga”, conduzido pelos jornalistas David Ágape e Eli Vieira, e foram publicadas nesta segunda-feira (4) no site da organização Civilization Works, do jornalista norte-americano Michael Shellenberger.

Segundo a apuração, servidores do TSE teriam sido mobilizados para vasculhar redes sociais de manifestantes acampados em frente a quartéis, com o objetivo de produzir relatórios que embasassem prisões.

Na época, Moraes presidia o TSE e teria supervisionado pessoalmente a força-tarefa a partir de seu gabinete no STF, coordenando uma espécie de unidade de inteligência informal que se comunicava por meio de grupos de WhatsApp.

"Certidões positivas" baseadas em redes sociais

De acordo com os documentos, a operação gerava chamadas “certidões positivas” com base em postagens públicas e interações em plataformas como Facebook, Twitter, Instagram, TikTok, Telegram e até Gettr.

Essas certidões, muitas vezes elaboradas de forma rápida e improvisada, eram utilizadas como justificativa para manter presos indivíduos que não necessariamente participaram de ações violentas.

As evidências coletadas incluíam curtidas, compartilhamentos, retuítes ou mensagens consideradas críticas ao STF, ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ou de apoio aos protestos.

Segundo os jornalistas, os materiais muitas vezes vinham de perfis anônimos, sem verificação de contexto ou autoria, e não eram compartilhados com a defesa dos investigados ou analisados por promotores.

Em um dos casos mencionados, um caminhoneiro foi preso por postagens críticas ao governo nas redes sociais, embora não tivesse participado dos atos de depredação.

Outro homem, que publicou a frase “Fazer cumprir a Constituição não é golpe”, foi detido por apologia a atos antidemocráticos. Um ambulante, que chegou ao acampamento apenas à noite para vender bandeiras, também acabou preso e acusado de tentativa de abolição violenta do Estado democrático de direito.

Envolvimento de assessores e colaboradores externos

A força-tarefa seria coordenada por Cristina Yukiko Kusahara, chefe de gabinete de Moraes no STF, responsável por criar e administrar o grupo no WhatsApp onde as ordens e atualizações circulavam.

Participavam ainda o juiz auxiliar do TSE Marco Antônio Martins Vargas e Airton Vieira, assessor do STF responsável por audiências de custódia. Eduardo Tagliaferro, à época chefe da Unidade Especial de Combate à Desinformação do TSE, denunciou as ordens para gerar relatórios via WhatsApp.

As mensagens indicam que listas de detidos com dados pessoais eram enviadas informalmente pela polícia, sem cadeia de custódia oficial. Em um dos áudios, um policial federal chegou a pedir sigilo sobre os arquivos, alegando que os dados eram “muito procurados”.

Além de servidores do Judiciário, a operação teria envolvido ainda ativistas políticos, universidades e agências de checagem, que atuavam infiltrados em grupos privados de mensagens.

As comunicações e autorizações partiam, segundo o material revelado, de e-mails pessoais de Moraes, driblando os canais institucionais.

Conflito com a PGR

Um trecho das mensagens mostra que, mesmo diante de recomendações da Procuradoria-Geral da República (PGR) pela libertação de determinados presos, o ministro teria optado por mantê-los detidos até que sua equipe concluísse o rastreamento das redes sociais.

“A PGR pediu a LP (liberdade provisória) deles, mas o ministro não quer soltar sem antes a gente ver nas redes se tem alguma coisa”, escreveu Cristina Kusahara em uma das conversas.

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