Em audiência com o juiz federal Sérgio Moro nessa segunda-feira, 21, o ex-líder de governo do PT Delcídio Amaral afirma que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e “toda a classe política” durante os dois primeiros mandatos do governo petista tinham conhecimento sobre o pagamento de propina. Delcídio, preso em novembro de 2015 pela Lava Jato, sustenta que é praticamente impossível alegar desconhecimento sobre o esquema de corrupção pois a Petrobras tinha importância estratégica para presidência em seu plano de governo, e que as indicações para diretorias da estatal eram tratadas pessoalmente pelo chefe do Executivo.
“A classe política inteira e a torcida do Flamengo inteira sabiam disso aí, toda a classe política sabia, então é uma coisa até surreal esse tipo de afirmação”, disse o delator, se referindo a afirmações do presidente da República de que não sabia sobre o pagamento de propina na Petrobras.
Em mais uma hora de depoimento, o delator ainda afirmou que há outras pessoas envolvidas no esquema que poderiam confirmar que Lula sabia sobre o esquema de corrupção. No mesmo depoimento, Delcídio diz que o ex-diretor de Serviços da Petrobras, Renato Duque – já preso e condenado por participação na Lava Jato.
Delcídio diz que os indicados a diretorias na Petrobras pelos partidos políticos sabiam que, necessariamente, precisariam arrecadar propina. “Sem dúvida nenhuma existia uma estratégia montada para bancar as estruturas partidárias, isso é inegável.”
Processo. O ex-senador foi a primeira testemunha de acusação no processo contra Lula, dona Marisa Letícia e outros seis réus, no primeiro processo da Lava Jato, em Curitiba, contra o petista. Também são acusados o ex-presidente da OAS José Adelmário Pinheiro, o Léo Pinheiro, funcionários da empreiteira e o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto. Foram ouvidos ainda o empresário Augusto Mendonça, do Grupo Setal, e os ex-executivos da Camargo Corrêa Dalton Avancini e Eduardo Leite – todos delatores.
As acusações contra Lula são relativas ao recebimento de vantagens ilícitas da empreiteira OAS por meio de um triplex no Guarujá, no litoral de São Paulo, e ao armazenamento de bens do acervo presidencial, mantidos pela Granero de 2011 a 2016.
O petista é acusado corrupção passiva e lavagem de dinheiro no esquema de cartel e propinas na Petrobrás.
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