"Eu era fã do Homem-Aranha, especialmente quando eu era criança", contou Jamie Foxx, que interpreta o vilão Electro, durante uma visita de jornalistas ao set de "O Espetacular Homem-Aranha 2", em Long Island, próximo a Nova York, ainda durante as filmagens. "A série de TV fazia muito sucesso no Texas. E é interessante como o Homem-Aranha passa de geração em geração. A minha filha tem quatro anos e vem ao set com sua fantasia de Homem-Aranha. Eu pergunto: 'Tem certeza que você não é a Mulher-Aranha?', e ela responde: 'Não, eu sou o Homem-Aranha'".
E esta ligação de Annalise com o personagem vem de antes do pai ser escalado para o filme. "No seu último aniversário, ela tinha um pula-pula do Homem-Aranha, e não sabíamos que eu estaria no filme. Ela já era fã do Homem-Aranha", conta Foxx.
Questionado sobre qual o motivo do amor de sua filha pelo personagem, Foxx diz não saber. "Eu não faço ideia, mas ela pode falar disso a noite toda. A gente nunca sabe ao que as crianças vão se apegar, mas isso é mais um mérito da franquia, ser capaz de alcançar crianças que têm três, quatro anos".
A dica mais óbvia de que a equipe do filme levou o público infantil muito a sério está na inclusão dessa admiração como parte (secundária) da própria trama: um garotinho que sofre bullying é salvo pelo Homem-Aranha e, mais tarde, veste seu traje do herói para se colocar frente a um vilão que destrói a elegante Park Avenue. É claro que o próprio Aranha aparece para assumir o trabalho, mas a cena é uma clara tentativa de permitir uma identificação imediata do público desta faixa etária com o filme.
Na trama, Peter Parker (Andrew Garfield) acaba de terminar a escola, já se tornou "mestre" em ser o Homem-Aranha. Peter continua tentando entender o motivo de ter sido abandonado pelos pais e tem também que proteger Nova York de vilões que não param de surgir, como o Electro, Rino e o Duende Verde. Ao mesmo tempo, ele continua apaixonado por Gwen Stacy (Emma Stone), mas decide se afastar para protegê-la e cumprir a promessa que fez ao pai da namorada antes de sua morte.
O cuidado em fazer um filme "para toda a família" aparece também na forma inocente como este romance é mostrado, mesmo que agora Peter e Gwen já estejam formados na escola e começando suas vidas adultas. A química entre o casal, que também namora na vida real, é palpável, mas eles não protagonizam nenhuma cena mais quente do que um romântico beijo no alto de uma ponte, com o skyline de Manhattan ao fundo.
A atenção com as crianças não para por aí. Um filme de super-herói tem que ter muita destruição, claro, mas em "O Espetacular Homem-Aranha 2" isto é feito sem apelar para qualquer tipo de violência gráfica – há pouco sangue, poucos golpes em close, e mesmo poucas mortes.
"O Pernalonga foi uma inspiração. Eu queria esse elemento. Isso foi algo sobre o qual conversei com Andy [Armstrong, chefe da equipe de dublês] e Marc [Webb, diretor]. Essa qualidade trapaceira", conta o próprio Homem-Aranha, Andrew Garfield.
"E ele também é um pacifista. Uma das qualidades do trapaceiro é que ele usa as fraquezas de seus inimigos contra eles. Adoro a ideia deles batendo em si mesmos em vez de eu ter que fazer alguma coisa enérgica ou violenta. Também temos uma responsabilidade, porque muitas crianças pequenas assistem ao nosso filme, e obviamente estamos em um momento muito permissivo em termos de cultura, violência e desse tipo de distanciamento uns dos outros que nos permite entrar em uma escola e atirar", argumenta Garfield.
O ator acredita que "O Espetacular Homem-Aranha 2", que no Brasil recebeu a classificação de não recomendado para menores de 12 anos, é sim um filme adequado para crianças menores. "Espero que sim. Meu controle disso só vai até certo ponto, mas esta seria a minha intenção em tudo que estou fazendo, em termos de coreografar as sequências de ação. Mas, por sorte, temos uma equipe de pessoas que têm filhos, garotinhos, como Matt Tomalch, o produtor, e Alex Kurtzman, o roteirista. Eles dois têm filhos pequenos da mesma idade, que são o público-alvo e os fãs do Homem-Aranha. E acho que eles supervisionam muitas dessas coisas".
Se esta era a intenção do protagonista, a versão final do filme deve ter lhe agradado, especialmente quando Peter Parker veste seu uniforme azul e vermelho e salta entre os prédios de Nova York para impedir crimes, sem esquecer de soltar piadinhas ou deixar os vilões em situações constrangedoras – logo em uma das sequências iniciais, o bandido russo interpretado por Paul Giamatti acaba não só preso, mas também sem calças.
O outro vilão da história, o Electro de Jamie Foxx, também entra nessa dinâmica cômica com o Aranha – primeiro como Maxx Dylon, antes da transformação, quando tem seus ralos cabelos arrumados pelo herói depois de ser salvo; e, mais tarde, já transformado, cantando a canção infantil "Dona Aranha" ao armar uma armadilha para o herói.
Mas nem tudo é diversão para o Amigão da Vizinhança. Entre dúvidas sobre o passado do pai, um reencontro com o amigo de infância Harry Osborn (Dane DeHaan) e idas e vindas com Gwen, Peter também tem sua dose de drama adulto, que, aliás, rende as cenas mais tocantes do longa. Mas contar mais já seria revelar um grande spoiler, e os leitores crescidinhos não ficariam muito contentes.Reportar Erro
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