Torcedores vão ao CT do Corinthians para recepcionar o técnico Mano Menezes. (Foto: Marcelo Machado de Melo/Agência Estado) No início de 2013, o então campeão mundial traçou uma meta ousada para a temporada: arrecadar R$ 26 milhões com bilheteria. No embalo do melhor ano de sua história, com o título inédito da Libertadores, vaga garantida na competição continental e um elenco competitivo, jogando em alto nível, a meta era justificável.
O ano começou bem, com o título paulista e, na sequência, da Recopa, em cima do rival São Paulo, mas as coisas degringolaram. O desempenho no Brasileirão foi ruim, a vaga na Libertadores 2014 não veio e o treinador Tite, que havia se consagrado no ano anterior, deixou o Parque São Jorge. Ao mesmo tempo, o debate sobre a elitização do futebol começou a surgir, com diversos setores da sociedade contestando os altos preços dos ingressos.
A ausência da principal competição da América do Sul, o mau futebol apresentado no segundo semestre de 2013 e o fato de tratar-se de ano de Copa do Mundo tiveram impacto: no orçamento para esta temporada, o Corinthians prevê arrecadar R$ 12 milhões em bilheteria – uma queda de 54% em relação a meta estipulada no ano anterior.
Soma-se a este cenário ainda o acidente no Itaquerão, que resultou na morte de dois operários, e adiou de janeiro para abril a inauguração do novo estádio, uma das principais apostas da diretoria alvinegra para alavancar as receitas dos clubes.
A significativa redução nas receitas de bilheteria terá impacto nas finanças do clube: a previsão de 2014, em torno de R$ 230 milhões, é inferior a de 2013 em cerca de R$ 8 milhões. O Corinthians espera perder em bilheteria, mas prevê aumentos nas receitas de patrocínio, exploração comercial e contribuição de sócios, minimizando a redução nas receitas totais.
Assim como acontece com outros clubes grandes do futebol brasileiro, a esperada queda na arrecadação vem influenciando a atuação do Corinthians no mercado de jogadores. A diretoria já deixou claro que contratará com cautela, evitando fazer loucuras, e já praticamente desistiu de contratações de maior peso, como a do volante Elias, que pertence ao Sporting e defendeu o Flamengo no Brasileiro.
Até o momento, o único reforço de 2014 é o lateral esquerdo Uendel, contratado da Ponte Preta. O clube ainda busca um lateral direito (Rafinha era o preferido, mas renovou com o Bayern-ALE, tornando Fagner, do Wolfsburg, o alvo da vez) e um volante (Jucilei, do Anzhi-RUS, é a principal opção). A estreia no Campeonato Paulista será no dia 19, diante da Portuguesa.Reportar Erro
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