Mais uma vez familiares e amigos do adolescente Wesner Moreira da Silva, de 17 anos, que morreu após ser violentado em uma ‘brincadeira’ de mau gosto no Lava jato onde trabalhava, se reuniram em um protesto na tarde desta sexta-feira (3). Desta vez os manifestantes se concentraram na frente do Fórum da Capital.
Com cartazes e apitos os manifestantes gritavam a todo instante por justiça. a dona de casa Marasilva Moreira da Silva, mãe de Wesner, lembrou que exatamente hoje faz um mês que o filho foi internado na Santa Casa após a ‘brincadeira’. Chamando dos acusados Thiago Demarco Sena, de 26 anos, e o funcionário Willian Henrique Larrea, de 30, de assassinos destaca que um mês se passou e os responsáveis pela morte de Wesner não foram punidos.
“Faz um mês hoje que meu filho internou no hospital. Eles falaram que era uma brincadeira, mas meu filho foi morto. Eles são assassinos, não foi brincadeira que nem eles estão falando. Nós estamos aqui para pedir justiça, porque até agora eu não sei de nada , nem pra onde foi nem pra onde vem essa justiça”, desabafa.
A dona de casa salienta que tem consciência de que nada trará o filho de volta, mas não desistirá até que os agressores sejam punidos, já que esse também era o desejo do filho. “Eu não vou ter meu filho de volta, mas vai me dar sossego porque ele pediu isso pra mim”, destaca dona Mari, como carinhosamente é chamada.
Durante todo o protesto a dona de casa ressaltou que o que todos querem é que a justiça seja feita e que os agressores paguem pelo que fizeram na cadeia. “Eu quero que eles paguem na cadeia, porque eu não estou vendo eles presos, estou vendo eles soltos andando por aí procurando outra vítima. Meu filho foi uma vítima deles, desses assassinos cruéis, eles são assassinos cruéis”, diz.
Relembre o caso
Wesner foi internado as pressas no dia 3 de fevereiro após o patrão e um colega de trabalho fazerem uma “brincadeira” com uma mangueira de compressor de ar, que atingiu o ânus e acabou entrando ar no corpo do adolescente. Após ser levado para a Santa Casa da Capital, ele teve que ser submetido a uma cirurgia para retirada de 20 centímetros do intestino.
O caso chocou a Capital, já que os suspeitos Thiago Giovani Demarco Sena e Willian Larrea trabalhavam com o jovem no lava-jato. A situação que foi tratada por eles como uma brincadeira, virou caso de polícia e a família está bastante apreensiva.
O adolescente ficou onze dias internado na Santa Casa de Campo Grande, mas morreu na tarde de terça-feira (14). De acordo com a assessoria do hospital, a causa da morte foi choque hipovolêmico, que é a perda de grandes quantidades de sangue e líquidos, seguido de uma parada cardiorrespiratória. Os médicos ainda tentaram reanimá-lo durante 45 minutos, mas o adolescente não resistiu.
O Tribunal de Justiça de MS é que terá de verificar se o fato é um homicídio com dolo eventual ou uma lesão corporal de natureza grave.
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