A eleição americana que acontece nesta terça-feira (3) tem um sistema de votações diferente do brasileiro, no qual nem sempre o voto popular pode decidir quem será o próximo presidente dos Estados Unidos.
Quase 100 milhões votaram com antecedência, um recorde. Em uma das primeiras localidades a votar, Biden ganhou todos os 5 votos de Dixville, e Trump venceu por 16 a 5 em Millsfield.
No país norte-americano e eleição para presidente é definida por um conjunto de eleições estaduais. Por isso, os americanos acompanham a apuração estado por estado, numa verdadeira corrida para ver qual dos dois candidatos soma primeiro os 270 votos de delegados necessários para vencer no Colégio Eleitoral.
Isso porque quando os eleitores norte-americanos votam, eles na verdade estão decidindo para quem vão entregar os delegados de seus estados. E estados com mais habitantes têm mais delegados no Colégio Eleitoral.
A Califórnia, por exemplo, estado mais populoso do país, com quase 40 milhões de habitantes, está dividida em 53 distritos eleitorais. Já o Kansas, um estado pequeno, com menos de 3 milhões de pessoas, tem apenas quatro distritos eleitorais.
O sistema do Colégio Eleitoral existe justamente para que estados mais populosos tenham peso maior na decisão. Por isso os candidatos lutam tanto para se dar bem em estados como Califórnia, Flórida e Texas, por exemplo, que, juntos, têm 133 delegados – quase 25% do total.
Ganhador leva tudo
Para ajudar, quase todos os estados - com exceção apenas de Maine e Nebraska - adotam um sistema chamado winner-take-all (ganhador leva tudo), no qual o candidato que conseguir o maior número de delegados fica com todos. Ou seja, se alguém conquistar 28 dos delegados da Califórnia leva os 55.
Após a contagem de todos os votos, quem venceu localmente — e portanto como seus delegados votarão no Colégio Eleitoral —, são os principais veículos de comunicação americanos que tentam antecipar os resultados de cada uma das 50 unidades da federação ainda na noite da eleição. A partir dos números da apuração, eles fazem projeções e podem declarar um vencedor em determinado estado quando avaliam que tendência verificada na contagem dos votos é irreversível.
O que aparece na tela da TV ou do computador para quem acompanha a apuração na noite da eleição não são os resultados oficiais, mas essas projeções. O Colégio Eleitoral em si só vai se reunir neste ano em 14 de dezembro, quando se espera que as autoridades de cada estado já tenham proclamado um vencedor localmente.
Nos estados em que a eleição é muito apertada esse método informal de apuração pode dar margem a erros e mal-entendidos. Neste ano, o Twitter, por exemplo, informou que vai se basear nas projeções feitas por sete meios de comunicação: ABC News, Associated Press, CNN, CBS News, Decision Desk HQ, Fox News e NBC News. Caso algum outro veículo anuncie o resultado antes destes, o tuíte virá com um alerta.
Nos estados que começaram a contagem dos votos antecipados antes desta terça-feira, como a Flórida e o Arizona, há maior probabilidade de haver a previsão de um vencedor ainda na noite de hoje e madrugada de amanhã. Em outros estados-chave, como Pensilvânia e Wisconsin, a apuração pode demorar bem mais, já que a contagem de todos os votos só começa hoje à noite.
Muitos especialistas alertam que seria arriscado tirar conclusões de resultados iniciais nos estados em que a disputa entre Trump e seu rival democrata Joe Biden estiver muito apertada, porque a tendência pode mudar no meio da apuração. Eleitores de Trump, por exemplo, se dizem mais propensos a votar presencialmente, e estes votos são contados mais rapidamente do que os enviados pelo correio.
As urnas começam a fechar às 20h desta terça (horário no Brasil) quando Geórgia, Indiana, Kentucky, Carolina do Sul, Vermont e Virgínia iniciam oficialmente a contagem. Depois, às 20h30, vêm Carolina do Norte, Ohio e Virgínia Ocidental. Todos esses estados devem apresentar os resultados rapidamente.
A apuração começa a esquentar às 21h, quando fecham as urnas em Alabama, Connecticut, Delaware, Washington DC, Flórida, Illinois, Maine, Maryland, Massachusetts, Mississippi, Missouri, New Hampshire, Nova Jersey, Oklahoma, Pensilvânia, Rhode Island, Dakota do Sul e Tennessee.
Nesse grupo estão dois estados decisivos: Flórida e Pensilvânia. Se Biden não vencer na Flórida nem surpreender em algum estado de tradição republicana, como a Geórgia ou o Texas, o pleito deverá ser decidido na Pensilvânia, onde se espera uma apuração lenta.
Somando todos os 50 estados dos EUA (mais o distrito de Columbia), existem 538 delegados em disputa, e se torna presidente o candidato que assegurar o voto de pelo menos 270 deles.
Veja abaixo quantos votos são atribuídos por cada estado:
- Alabama - 9 votos
- Alasca - 3 votos
- Arizona - 11 votos
- Arkansas - 6 votos
- Califórnia - 55 votos
- Carolina do Norte - 15 votos
- Carolina do Sul - 9 votos
- Colorado - 9 votos
- Connecticut - 7 votos
- Dakota do Norte - 3 votos
- Dakota - 3 votos
- Delaware - 3 votos
- Distrito de Columbia - 3 votos
- Flórida - 29 votos
- Georgia do Sul - 16 votos
- Havaí - 4 votos
- Idaho - 4 votos
- Illinois - 20 votos
- Indiana - 11 votos
- Iowa - 6 votos
- Kansas - 6 votos
- Kentucky - 8 votos
- Louisiana - 8 votos
- Maine - 4 votos
- Maryland - 10 votos
- Massachusetts - 11 votosMichigan - 16 votos
- Minnesota - 10 votos
- Mississippi - 6 votosMissouri - 10 votos
- Montana - 3 votos
- Nebraska - 5 votos
- Nevada - 6 votos
- New Hampshire - 4 votos
- Nova Jersey - 14 votos
- Novo Mexico - 5 votos
- Nova York - 29 votos
- Ohio - 18 votos
- Oklahoma - 7 votos
- Oregon - 7 votos
- Pensilvânia - 20 votos
- Rhode Island - 4 votos
- Tennessee - 11 votos
- Texas – 38 votos
- Utah - 6 votos
- Vermont - 3 votos
- Virginia - 13 votos
- Washington - 12 votos
- West Virginia - 5 votos
- Wisconsin - 10 votos
- Wyoming - 3 votos
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