O Ministério Público de Minas Gerais abriu uma denúncia na terça-feira (21), contra o ex-presidente da Vale Fábio Schvartsman, e outros dez funcionários da mineradora e cinco da empresa de consultoria alemã Tüv Süd que irão responder por homicídio duplamente qualificado.
A acusação é pela morte das 270 pessoas devido ao rompimento da barragem B1 em Brumadinho. A tragédia completa um ano no próximo sábado (25).
A denúncia apresentada pelo Ministério Público de MG a partir do inquérito da Polícia Civil cita que uma "relação promíscua" entre a mineradora Vale e a Tüv Süd escondeu a falta de segurança da estrutura.
Segundo a investigação, "ficou demonstrada a existência de uma promíscua relação entre as duas corporações no sentido de esconder do Poder Público, sociedade, acionistas e investidores a inaceitável situação de segurança de várias barragens mantidas pela Vale".
Em trecho da denúncia apresentada nesta terça-feira (21), o MP afirma que a Vale, com apoio da empresa de consultoria alemã Tüv Süd, "operava uma caixa preta com o objetivo de manter uma falsa imagem de segurança da empresa de mineração."
As duas empresas e 16 pessoas foram denunciadas pelo Ministério Público sendo 11 funcionários ou ex-funcionários da Vale (entre elas o ex-presidente Fábio Schvartsman) e outros cinco, da Tüv Süd. Além disso, todos responderão pela prática de crimes contra a fauna, contra flora e crime de poluição.
O MP encaminhou à Justiça pedido de prisão do gerente da Tüv Süd, Chris-Peter Meier, alegando que, apesar de sistematicamente procurado, não se dispôs a contribuir para as investigações e, ainda, que em razão de ter residência fixa em país diverso e distante do território nacional, há evidente risco de não aplicação da lei penal.
A defesa de Fabio Schvartsman classificou a denúncia do MP de "açodada" e "injusta", porque as investigações não estão finalizadas e porque desconsidera todos documentos apresentados às autoridades, que revelam a ausência de comunicação de quaisquer problemas em Brumadinho à Presidência da Vale", diz o texto.
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Fábio Schvartsman, ex-presidente da Vale e acusado de homicídio (Reprodução)



