“O meu pai não gosta que me pega, é porque meu pai só gosta de quem tem olho azul. Ele odeia quem é de olho castanho”, essas foram as palavras ditas por um menino de apenas 4 anos, filho do pedreiro, de 32 anos, que foi flagrado por uma câmera de segurança agredindo uma menina negra, de 4 anos, na Escola Municipal Professora Iracema de Souza Mendonça, região do grande Universitário, em Campo Grande. A advogada da família da vítima, declarou ainda que a polícia se nega a ver o racismo no caso, mesmo que para ela o preconceito esteja claro.
Em nota, as advogadas Lione Balta Martins Cardozo e Flávia Heloisa Anselmo, disseram ter aguardado o fim da fase investigativa da Depca (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente), para ‘se manifestar assertivamente e de maneira justa’.
Ao dar continuidade elas explicaram que ainda antes dessa fase acabar, já haviam sido comunicadas que a investigação ‘não havia localizado nenhum indício do crime de racismo’. Por conta disso, o caso seria tipificado apenas como ‘vias de fato’.
No entanto, a declaração dada pelo filho do autor durante depoimento especial, chamou a atenção das advogadas. É então explicado que o pequeno contou que foi abraçado apenas aquela vez pela colega de escola. Ele falou ainda que sempre apanha de chinelo e cinto do pai, principalmente quando ‘faz arte’.
“A declaração do infante deixa claro o preconceito existente e enraizado, cujo qual, a criança tem plena consciência apesar de sua pouca idade, mas que a polícia não”, diz parte da nota.
Agora citando o depoimento do autor, as advogadas apontam a tentativa dele de culpar a vítima. Uma vez que, para elas, o homem estaria ‘faltando com a verdade’.
A nota segue apontando que apesar de toda a investigação, dos depoimentos colhidos: “É estarrecedor que a polícia não veja o cristalino preconceito no caso”, já que caso não fosse o clamor social, seria “apenas mais um dia comum em um país já tão desigual”.
Para finalizar, as advogadas dizem lamentar a forma como o caso foi abordado pela Delegacia Especializada. Por tanto, tomará as medidas judiciais necessárias a respeito dos fatos. Elas ainda agradeceram as mensagens de carinho e apoio direcionados a criança.
“Seremos voz por você e por tantos outros, para que vocês cresçam sabendo o quanto são amados, e o quanto estamos dispostos a lutar por todos os seus direitos!”, finaliza.
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