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Polícia

Vídeo: Agressividade, fuzil, polícia da show de truculência na distribuição de jornais

Armados de fuzis, policiais esbanjaram truculência na manhã de hoje na Afonso Pena

12 agosto 2018 - 15h22Da redação

Uma cena dantesca deu o tom desse domingo (12), num dos eventos mais tradicionais da cidade, a distribuição de jornais na avenida Afonso Pena - região central da cidade. Tudo começou quando o agente penitenciário federal, Davi Guilherme da Silva, começou a buzinar incessantemente, querendo romper o congestionamento característico no local. Após o stress, o agente desceu armado no local, e foi para cima dos trabalhadores. A pior das cenas ocorreu com o encarregado de distribuição do Jornal de Domingo Adriano Miguel da Silva.

De acordo com Rui Spíndola, o editor do jornal Raio X, a confusão começou no trânsito, quando o agente penitenciário passou a buzinar para uma senhora, que estava dirigindo um carro à sua frente.  

“Uma senhora de idade estava com o carro na frente, e o trânsito estava lento. Esse agente começou a buzinar e as pessoas que estavam por ali começaram a gritar, pedindo calma. Ele passou pelo jornal de Domingo, pela A Crítica e chegou no Raio X. Aí o sinal fechou, e ele continuou buzinando. Pegou o jornal A Crítica que já tinha recebido e jogou no chão. Foi o primeiro insulto”, contou. 

“Depois ele insultou o rapaz da A Crítica, que em seguida o questionou, falando que há anos está naquele local. A senhora foi embora, e o sinal parou na vez dele. Nesse momento, o agente desceu o carro, colocou a arma na cintura e foi para cima do cara que trabalha na A Crítica”, complementou. 

Segundo o Rui, uma equipe da polícia estava perto da confusão. “Os policiais pararam a viatura.  Quando o agente viu os policiais, se identificou. Em seguida, a polícia continuou batendo boca com o rapaz da A crítica”, disse. 

“O agente aproveitou a confusão para esconder a arma que estava em sua cintura dentro do seu carro, depois foi embora. Fui até os policiais, falando que tinha que pegar o cara que estava armado", contou.

Conforme Rui, os policiais não gostaram de sua atitude. “Eles falaram, ‘você quer me ensinar a fazer o meu  serviço? Vamos lá’. Me segurou pela mão e começou a gritar comigo. O Adriano [funcionário do Jornal de Domingo] nessa hora, pegou o celular e começou a gravar, e eles perceberam e foram para cima dele também”, afirmou.

"Não me tratou como cidadão normal”, diz funcionário do Jornal de Domingo

O funcionário do Jornal de Domingo Adriano Miguel da Silva, falou com a equipe do JD1 Notícias a respeito da confusão com os policiais do Batalhão de Choque. Ao contar o fato, o trabalhador relatou que se sentiu ofendido, pois, os policiais não o trataram como um cidadão normal.

“Tudo começou com o agente penitenciário que desceu armado do carro e foi para cima de um colega que assim como eu, estava trabalhando. Em seguida, os policiais apareceram. Achamos que na presença deles, estaríamos mais seguros, porque como o agente estava armado e nervoso, não sabíamos o que ele pretendia fazer”, contou o Adriano. 

“Contudo, ao invés dos policiais irem no homem, foram na gente que estava trabalhando. Chegou primeiro, no rapaz que trabalha no jornal À Crítica, depois passou para o Rui Spíndola, e quando me viram filmando veio para cima de mim. Eu continuei a gravação, nesse momento o policial identificado como Segundo Sargento Andrade, gritou comigo, pedindo meus documentos”, relatou. 

De acordo com Adriano, ele afirmou que os documentos não estavam com ele, mas sim no carro do Jornal de Domingo, onde os jornais para distribuição estavam. “Disse que estava no carro, e ele continuou gritando. Me senti ofendido, disse que estava trabalhando, assim como os outros. Não me tratou como um cidadão normal”, desabafou o trabalhador. 

“Falamos que quem estava armado era o agente que foi embora. Porém, ao invés deles prestarem atenção do homem armado, vieram em mim, que estava gravando”, destacou.

Ainda conforme as informações do funcionário do Jornal de Domingo, após todos apresentarem os documentos, os policiais queriam leva-los para a delegacia, para registrar um boletim de ocorrência sobre o fato em relação ao agente penitenciário. 

“Disse que não porque estávamos trabalhando. Eles lembraram que hoje é Dia dos Pais e foram embora”, concluiu. 

Polícia

Em uma entrevista por telefone com o comandante geral da Polícia Militar (PM), coronel Waldir Ribeiro Acosta, ele contou que, se as vítimas registrarem um boletim de ocorrência, será instaurado um inquérito e caso vai ser investigado. 

“Temos que abrir um inquérito, ouvir as partes e aí encaminhados para a auditoria militar, a única coisa que podemos fazer é isso. Se os policiais estiverem errados vão ser penalizados, porém, se tiverem certos podem processar a outra parte também”, disse. 

Questionado sobre a abordagem dos policiais, o coronel diz. “Depende do fato, eu mesmo já passei por várias situações complicadas. Se chega na ocorrência e é xingado, a abordagem tem que ser diferenciada. Quem vai falar o que aconteceu será o inquérito policial, que vai ouvir as partes”, afirmou.

O coronel Acosta ainda comentou sobre o registro do boletim. “O cidadão pode registrar o B.O, e se chegar até nós, vamos abrir um procedimento. Todas as pessoas que acharam que foram abordadas da forma errada, se sentiram prejudicados, é só procurar a corregedoria da corporação, que a gente abre um procedimento e as partes são ouvidas. Depois disso vai parar na justiça militar. Lá tem um juiz de direito que vai concluir o fato. Nada é deixado de lado, toda denúncia que chega para nós é apurada”, falou. 

“A nossa corregedoria está à disposição para essas situações, para investigar o que aconteceu. Se o policial errou, ele será penalizado pelo erro. Precisamos das vítimas, delas nos procurar para tomarmos a providência”, disse o comandante geral da PM de Campo Grande. 

O caso

O episódio revela uma série de falhas, que devem ser apuradas pela corregedoria da Polícia Militar. Primeiro, uma viatura do pelotão de Choque, dando cobertura a um agente penitenciário, que desceu em um local de grande concentração de público, para gerar confusão. Segundo, policiais armados com fuzil, num local com crianças, e grande fluxo de pessoas, pra que? A abordagem então, foi uma autêntica tragédia, gritos, intimidação, imobilização, onde estavam nossos policiais, numa região de alto risco, que exigisse algo com tamanho dramaticidade? Não, estavam no centro de Campo Grande às 10h da manhã, desnecessário e desproporcional. 

Vídeo; 

 

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