Com foco nos investimentos em infraestrutura e mobilidade urbana, a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do Transporte Coletivo da Câmara Municipal de Campo Grande encerrou, nesta quarta-feira (9), a fase de oitivas.
Após mais de 50 horas de depoimentos desde o mês de março deste ano, a Comissão inicia agora a etapa de análise técnica dos documentos para consolidar o relatório final, com previsão de entrega até 15 de agosto.
Nesta última rodada de oitivas, os vereadores ouviram a secretária especial de Planejamento e Parcerias Estratégicas, Catiana Sabadin Zamarrenho; a diretora-adjunta da Agência Municipal de Transporte e Trânsito (Agetran), Andréa Luiza Torres de Figueiredo da Silva; e o secretário municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos, Ednei Marcelo Miglioli.
A CPI é composta pelo presidente Dr. Lívio, relatora Ana Portela e os vereadores Junior Coringa, Maicon Nogueira e Luiza Ribeiro.
Dr. Lívio destacou que a comissão entra agora em uma fase “mais silenciosa”, dedicada à sistematização dos dados e percepções levantadas. “Cada membro vai contribuir com uma minuta para subsidiar a relatoria, e o relatório final vai colocar o dedo na ferida do Consórcio Guaicurus e da Prefeitura, apontando falhas na prestação do serviço e na fiscalização”, afirmou.
Além de apontar responsabilidades, a comissão pretende propor soluções concretas para os gargalos do transporte coletivo.
Obras travadas e falta de recursos
Durante a audiência, foram debatidas obras de corredores de ônibus, recapeamento de vias, pontos de parada e novos projetos de mobilidade.
O secretário Ednei Miglioli explicou que a execução de grande parte das obras esbarra na dificuldade de aporte da contrapartida financeira por parte da Prefeitura, que chega a cerca de 40% do total dos investimentos.
Ele citou como exemplos os corredores das ruas Brilhante e Rui Barbosa, já concluídos, e os da Avenida Gunter Hans, em andamento. Estações da Rua Bahia, Avenida Bandeirantes, Calógeras e Gury Marques ainda aguardam recursos para finalização.
Um dos maiores entraves continua sendo a precariedade das vias por onde circulam os ônibus. Segundo Miglioli, Campo Grande ainda possui cerca de 40 km de corredores de ônibus sem pavimentação e mais de 70% da malha urbana necessita de recapeamento.
Parte dos recursos pode vir de uma carta-consulta já cadastrada junto à Caixa Econômica Federal.
Frota sucateada e pontos de ônibus precários
Outro ponto crítico é a frota do Consórcio Guaicurus. Segundo o vereador Maicon Nogueira, 57 veículos estão atualmente impedidos de circular por falta de inspeção obrigatória, condição que compromete diretamente a segurança dos passageiros.
Nos pontos de parada, a situação também preocupa. Campo Grande conta com 2,1 mil pontos de ônibus sinalizados apenas com postes.
Conforme a Agetran, 60% deles poderiam receber abrigos, mas a última licitação para implantação de 500 unidades foi rescindida, e uma nova concorrência será aberta.
Novas parcerias e terminais prioritários
A secretária Catiana Sabadin informou que a Prefeitura trabalha na modelagem de uma PPP (Parceria Público-Privada) para manutenção dos terminais de ônibus.
A previsão é que o edital da licitação seja lançado ainda este ano. Enquanto isso, os terminais dos bairros Cafezais e Parati foram descartados, mas o Terminal do Tiradentes é considerado prioritário, junto ao São Francisco e à reforma do Terminal Morenão.
A relatora Ana Portela apontou que o Consórcio Guaicurus justifica o descumprimento de cláusulas contratuais com base na falta de contrapartidas do município. “Por isso, é essencial esclarecer a real situação dos investimentos em mobilidade urbana”, afirmou.
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