Nascido em 1996, Nick D’Aloisio, o mais recente membro a ingressar na lista dos multimilionários do mundo tech, estava estudando para sua prova de história quando teve a ideia do aplicativo que o alçou à fama e o fez ser comparado aos, também jovens, criadores do Facebook e do Tumblr. Navegando no Google, o adolescente estava perdido em meio a tantos artigos compridos. Nas férias escolares, desenvolveu o algoritmo inteligente que transforma sozinho longas notícias em curtos parágrafos na tela de smartphones. Há algumas semanas, o rapaz de 17 anos tornou-se funcionário do gigante Yahoo!, após vender o Summly por US$ 30 milhões. Diante dele (além dos dois anos antes de se formar no colégio): a possibilidade de mudar o modo como o jornalismo é consumido e produzido.
“O que eu queria era uma espécie de prévia do conteúdo das páginas”, explica o inglês D’Aloisio. Sua busca é por algo que evite cliques desnecessários em links que depois vão provar serem inadequados ao que o usuário precisa. O Summly inverte essas etapas: ao resumir os pontos mais relevantes de uma página inteira em 400 caracteres, o aplicativo torna a aposta do leitor mais segura. Para D’Aloisio, o app é a salvação diante do que ele chama de “perda de tempo” por ser obrigado a clicar no link sem saber se o conteúdo vai ou não ser aproveitado.
Com seu algoritmo, D’Aloisio faz com que o aplicativo prometa, nos sumários gerados, ser capaz de selecionar o que o usuário quer saber. Valendo-se do campo da ciência da computação chamado de Processamento de Linguagem Natural (NLP, na abreviação em inglês), a máquina pensa como um ser humano, passa-se por editor e sintetiza o texto para o leitor. Se ele quiser saber mais, basta navegar adiante.
Desde o lançamento, em novembro de 2011, o aplicativo acumulou meio milhão de usuários, responsáveis pela leitura de mais de 30 milhões de resumos. Diante do volume de uso que seu aplicativo gerou — captando a atenção de investidores de peso, como o bilionário Li Ka-Shing, de Hong Kong —, D’Aloisio afirma não ter a pretensão de pôr fim ao jornalismo. “Summly não se coloca como uma nova forma de mídia, já que nossos resumos não vão substituir as boas reportagens. A nossa tecnologia reinventa a maneira como o conteúdo é apresentado”, diz.
Mathew Ingram, blogueiro e especialista em tecnologia não vê muita diferença entre os resumos do Summly e do Circa — app que faz a mesma coisa só que por meio de uma equipe editorial, sem tem quer ficar à mercê de um algoritmo — em relação aos boletins de notícia transmitidos pelo rádio e pela TV. “Muitas pessoas ainda não são consumidoras de notícias, então qualquer coisa já é um avanço”, disse Ingram ao site American Journalism Review.
Por enquanto, o mundo não decidiu se sua invenção é a reinvenção do jornalismo tradicional ou apenas mais uma ferramenta para que a geração atual — cutucada em capa recente da revista norte-americana TIME — acesse mais facilmente o conteúdo estratosférico disponível na rede. Nesse meio tempo, o ex-startup Nick D’Aloisio parece seguir sem se dar conta da pressão e da expectativa em torno do seu algoritmo. Ele continua fazendo aulas de russo e mandarim. Fã de críquete e rugby, agora tem que conciliar o tempo dedicado à namorada com as frequentes pontes aéreas para São Francisco, Nova York e Ásia.
Via Uol
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