Nos bastidores, artistas de todas as idades se cumprimentando como se não se vissem há tempos. Nos assentos do teatro Glauce Rocha durante a noite desta terça-feira (22), gerações de pais, filhos e netos esperavam, ansiosos, pelo início da apresentação que prometeu ser a versão 2012 do “Prata da Casa”, festival de música promovido pela UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) em 1982 que revelou e eternizou talentos da música sul-mato-grossense.
Foram quinze apresentações musicais de Alzira Espíndola, Carlos Colman, Celito, Geraldo e Tetê Espíndola, Almir Sater, Cláudio Prates, Geraldo Roca, Grupo ACABA, Guilherme Rondon, Hermanos Irmãos e Rodrigo Sater, João Fígar, Lenilde Ramos, Paulo Gê e Paulo Simões.
Almir Sater conta que na época do “Prata da Casa”, havia pouco espaço para a música sul-mato-grossense. “Existiam poucos canais de se fazer chegar a nossa música. Nós não éramos nem sertanejos, nem roqueiros, estávamos no meio”, brinca.
Ele critica a atual facilidade em se fazer sucesso no cenário da música local. “Sou da época em que vários artistas escreviam coisas muito boas. Hoje é difícil encontrar um que faça isso, mas é bom ver como todos nós sobrevivemos como pessoas e da música”.
“Nós mudamos um pouco, mudaram nossos cabelos, mas esperamos para hoje a mesma efervescência de trinta anos atrás. Não há como prever um show, mas espero que seja dos melhores, pois trinta anos depois, qualidade técnica para isso há”, comemorou.
Celito Espíndola, que repaginou sua música de apresentação para a noite, explica que queria algo novo para apresentar. “Fiz a música quando tinha 19 anos, procurei então cantá-la como eu, nesta idade, a cantaria hoje. Fiz uma releitura mais adequada aos dias atuais, ficou bem interessante. Vai rolar muita emoção”, prometeu.
Para Carlos Colman, o evento é um verdadeiro milagre. “Se eu tivesse que resumir em uma palavra, seria um milagre mesmo. Estamos aqui quase todos vivos. Só pelo fato de estarmos aqui cantando, tocando a mesma canção, é mágico. Hoje estamos mais resolvidos. Tenho a impressão que a noite de hoje será ainda maior do que a de trinta anos atrás”.
Moacir Lacerda, do Grupo ACABA, acredita ser um marco na história outro evento como o “Músicas e Sons”. “A UFMS produziu o LP “Prata da Casa” e conseguiu fazer algo inimaginável: tornou sucesso e eternizou cada uma daquelas faixas. Atualmente, enfrentamos grandes problemas com investimento do dinheiro na cultura. O que pagam para um evento em uma praça, poderiam pagar para vários artistas regionais produzirem algo com mais qualidade”, ponderou.
Show
A apresentação da noite começou com atraso de uma hora, mas nem isso tornou impaciente o público, que aguardou o início com grande expectativa.
O comerciante Fábio Luís, de 56 anos, conta que ouviu muito o LP “Prata da Casa” e que seu sonho era poder presenciar um evento como este. “É um sonho realizado eu poder trazer meu filho de 20 anos para ouvir comigo”, comemora.
A primeira apresentação foi do professor doutor em Música Marcelo Fernandes, que abriu o evento com “Mercedita” e “Rosa”.
“Carne seca”, de Cláudio Prates e “Solidão”, de João Fígar, arrancaram aplausos da platéia. O Grupo ACABA tocou “Pássaro Branco” e as apresentações seguiram com uma homenagem ao José Boaventura, com os Hermanos Irmãos e Rodrigo Sater. Quem encerrou a apresentação foi Almir Sater.
A apresentação resultará na gravação de um DVD e CD com as músicas tocadas na noite desta terça-feira (22), a ser lançado em outubro, quando haverá a edição do “Música Sertaneja”. O “Música Urbana” deve ser lançado em um show em um espaço maior que o Teatro Glauce Rocha no mesmo mês de edição do segundo evento.
Via Midiamax
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