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Antes mesmo da posse, Claudinho já articulava esquema de corrupção, aponta GAECO

Claudinho Serra, ex-vereador da Capital e ex-secretário municipal em Sidrolândia, é apontado como líder de uma organização criminosa

16 junho 2025 - 08h41Vinícius Santos     atualizado em 16/06/2025 às 12h48

O Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (GAECO), do Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS), aponta que Cláudio Jordão de Almeida Serra Filho, o “Claudinho Serra” (PSDB), ex-vereador de Campo Grande, é o chefe de uma organização criminosa investigada na quarta fase da Operação Tromper. As investigações envolvem um esquema de corrupção na Prefeitura de Sidrolândia, com contratos que somam aproximadamente R$ 20 milhões.

Cláudio Serra Filho está preso desde o dia 5 deste mês. Segundo o GAECO, mesmo antes de assumir formalmente o cargo de Secretário Municipal de Administração, ele já articulava e estruturava os planos criminosos. Ele foi secretário Municipal de Fazenda na gestão da sua sogra, Vanda Cristina Camilo (PP) em Sidrolândia.

A investigação destacou que Serra montou uma equipe para fraudes, incluindo o convite feito a Marcus Vinícius Rossetini — monitorado por tornozeleira eletrônica — para integrar o grupo meses antes da posse de Cláudio. 

O GAECO afirma que Serra não apenas comandava o núcleo político, como também participava diretamente dos crimes, mantendo contato com empresários e subordinados, decidindo sobre liberação de recursos e repasse de vantagens, além de organizar o fluxo financeiro ilícito por meio de triangulações, laranjas e empresas fictícias.

As fraudes detectadas envolvem licitações para obras públicas, entre elas a Praça Triângulo, a Escola Darci Ribeiro e serviços de pavimentação e drenagem no Jardim Santa Marta. O MPMS também apontou desvios de dinheiro público e cobranças de propina feitas por Cláudio Serra Filho.

Um dos casos apurados é a licitação na modalidade Convite para a cobertura do pátio da Escola Municipal Darci Ribeiro, que teria sido manipulada previamente pelo grupo criminoso. Empresas já tinham conhecimento da licitação antes da abertura oficial, indicando que o procedimento foi forjado para favorecer a organização.

Entre julho de 2022 e fevereiro de 2023, foram identificadas tratativas ilícitas em um aditivo contratual para obra de cascalhamento de vias em Sidrolândia, executada pelas empresas GC e AR. O aditivo, no valor de R$ 711 mil, teria servido para distribuição de propinas a agentes públicos. Mensagens entre Thiago Rodrigues Alves e Cláudio Serra Filho mencionam diretamente o “aditivo do cascalho”.

Ainda conforme os dados processuais, em janeiro de 2023, surgiram indícios de que a contratação de um caminhão tipo Munck e um gerador de energia elétrica, usados na propriedade rural de Serra, foram financiados com recursos públicos.

Há registros também de adiantamento de propina. Em diálogo de setembro de 2022, Thiago sugere continuidade de pagamentos ilícitos. Em troca de mensagens de outubro de 2022, Cláudio questiona se o pagamento parcial “deu certo”, ao que Thiago responde que “hoje termina de resolver”. Em outra conversa, Serra indaga sobre um adiantamento com “Rosinha” e Thiago menciona o número “80”, referindo-se a R$ 80 mil em propina adiantada.

Inconsistências patrimoniais e financeiras

O MPMS apontou diversas inconsistências patrimoniais e financeiras de Cláudio Serra Filho. Em 9 de maio de 2024, após ordem judicial de bloqueio, foi encontrado saldo de apenas R$ 410,62 na conta do ex-vereador, valor incompatível com sua remuneração mensal, estimada em R$ 18 mil, e com seu padrão de vida.

Serra residia em apartamento alugado no Edifício Park Platinum, com aluguel estimado em R$ 10 mil mensais, sem contar condomínio e IPTU — valor muito superior ao saldo bancário. Além disso, despesas pessoais e familiares, incluindo festas, parcelas de lotes registrados em seu nome e compras de luxo, foram pagas por terceiros, como Carmo Name, que usava contas de outras pessoas para sacar e transferir dinheiro para essas despesas.

Serra exercia posse direta sobre um veículo Toyota SW4, porém o carro não está formalmente registrado em seu nome, o que indica tentativa de ocultação, isso segundo o GAECO.

Também foi constatado que o dinheiro em espécie declarado no imposto de renda não foi encontrado durante buscas na residência, o que sugere tentativa de simular regularidade financeira para frustrar investigações.

A evolução patrimonial de Serra saltou de R$ 223.890,19 em 2020 para R$ 750.145,05 em 2022, acompanhada da declaração de um suposto mútuo [empréstimo] de R$ 1 milhão com Jamilson Lopes Name [deputado estadual], sem contrato formal. 

Pedido de prisão preventiva

Diante das evidências, o Ministério Público requereu a prisão preventiva de Cláudio Serra Filho, Carmo Name Júnior e Cleiton Nonato Correia. O juízo acatou o pedido, determinando a prisão dos investigados.

As investigações da Operação Tromper continuam para apurar a atuação da organização criminosa, que segundo o MPMS, permaneceu ativa mesmo após fases anteriores da operação.

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