Um jovem de 20 anos que enfrenta crises graves decorrentes de depressão está vivendo uma situação angustiante no posto de saúde do Coophavila II, em Campo Grande.
A família detalhou para o JD1, que desde o dia 7 de outubro, ele permanece na unidade sem conseguir a transferência para um hospital ou serviço especializado, o que tem agravado seu estado e gerado grande sofrimento para a família.
O jovem, que depende exclusivamente do Sistema Único de Saúde (SUS) para o tratamento de sua saúde mental, já passou por diversas internações anteriores, devido a surtos e tentativas de suicídio. Contudo, nunca recebeu um acompanhamento contínuo e efetivo, mesmo fazendo uso de medicação e frequentando o Centro de Atenção Psicossocial (CAPS).
Na última semana, durante uma crise, foi necessária a intervenção da polícia especializada, que impediu que ele tirasse a própria vida. Após a ação, ele foi socorrido pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) e encaminhado ao posto de saúde do Coophavila II, onde permanece desde então.
A família relata que o jovem está passando por uma crise psiquiátrica gravíssima e que a situação na Unidade Básica de Saúde (UBS) é insustentável e desumana. Ele permanece amarrado, sem o suporte adequado para sua condição, já que a UBS não é uma unidade psiquiátrica e não dispõe da estrutura necessária para seu tratamento.
Além disso, ele está misturado com outros pacientes, o que representa risco tanto para ele quanto para as demais pessoas na unidade. O quadro do jovem piora a cada hora devido ao ambiente inadequado.
Os pais do jovem estão física e emocionalmente esgotados, sem condições de prover a contenção e o cuidado especializado que o surto exige.
Apelo por transferência imediata
Há recomendação médica para a internação imediata do jovem, com o Hospital Nosso Lar, em Campo Grande, sendo a referência para seu atendimento. Contudo, até o momento, a transferência não foi realizada, deixando o paciente em uma situação de vulnerabilidade extrema.
Apesar da visita de um psiquiatra que solicitou urgência na transferência, o jovem segue no posto, aguardando uma vaga em hospital especializado ou outro local adequado.
Família clama por atendimento digno
A situação crítica expõe a insuficiência do sistema público para atender pacientes com transtornos mentais graves, que precisam de cuidados especializados e humanizados. A família também aponta que o CAPS não tem autonomia para manter o jovem internado, pois ele é maior de idade, e que locais como as UPAs são inadequados por misturar perfis tão distintos, como crianças, idosos e adultos em crise.
“É muito triste ver uma criança junto com um adulto em crise, a mulher teve que sair correndo com o filho para proteger a criança,” relata um familiar, que ainda destaca o estresse e a falta de suporte que eles próprios enfrentam durante esse processo.
A espera por uma transferência segura e adequada tem deixado o jovem em situação vulnerável e a família desesperada, por uma solução urgente para que ele possa receber o tratamento que precisa.
A reportagem procurou a Sesau (Secretária Municipal de Saúde) para falar sobre o caso, mas até a publicação desta reportagem não teve resposta. O espaço segue aberto para manifestações futuras.
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Ele está amarrado a maca desde que foi internado (Foto: Divulgação)



