"Como esse prêmio tem patrocínio da Shell, eu gostaria de ler quatro linhas sobre essa empresa. O texto é de Eduardo Galeano [autor do livro 'As Veias Abertas da América Latina']. No início de 1995, o gerente geral da Shell na Nigéria explicou assim o apoio de sua empresa à ditadura militar nesse país: 'Para uma empresa comercial, que se propõe a realizar investimentos, é necessário um ambiente de estabilidade. As ditaduras oferecem isso'".
O desabafo da atriz foi devido ao fato de que, no próximo dia 31 de março, o Brasil vai completar 50 anos do golpe militar - que trouxe uma ditadura que durou 21 anos. A peça pela qual ela foi vencedora trata desse assunto.
Após a cerimônia, Fernanda falou aos jornalistas que o discurso foi algo pensado por todos da companhia. "A gente tem que discutir as ditaduras de uma forma mais abrangente porque as ditaduras não são só militares, são civis e militares. E contam com o apoio de parte da população e das empresas. É uma questão de coerência com o nosso trabalho. Apesar de toda a alegria pelo reconhecimento e pelo prêmio que recebemos", acrescentou.
Já a atriz Renata Sorah, que foi mestre de cerimônia, comentou o discurso: "Eu acho que cabe tudo aqui nessa premiação. Tudo é válido. Fica até apimentado. A gente é livre para expressar nossas opiniões. Estamos em uma democracia".
Criado em 1989, o Prêmio Shell de Teatro é ponto de referência nos palcos brasileiros. É oferecido aos maiores destaques do ano, no Rio de Janeiro e em São Paulo separadamente, em nove categorias — Autor, Diretor, Ator, Atriz, Cenografia, Iluminação, Música, Figurino e Inovação.
Durante a premiação, a atriz Eva Wilma foi homenageada pelos 60 anos de carreira.Reportar Erro
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