A prática do laço cumprido em Mato Grosso do Sul já é uma tradição consolidada, reunindo famílias em torno das competições e preservando costumes que passam de geração em geração. Mais do que um esporte, o laço é parte da identidade sul-mato-grossense, presente no cotidiano do campo e cada vez mais estruturado em torneios oficiais.
Um exemplo dessa força cultural vem da empresária Larissa Luzo, de 38 anos, que, junto ao marido Aniel Luzo Lima dos Santos, 44 anos, e dos três filhos, formam uma equipe de laçadores em Rio Verde. A paixão começou com o pai Aniel, que laça desde os 8 anos, tradição trazida pela família dele de Santa Catarina para Mato Grosso do Sul. “Quando nos casamos, em 2006, também comecei a laçar e desde então seguimos juntos nessa paixão”, conta Larissa.
Os filhos Aniel Davi de 17 anos, Aniel Luzo Neto, o Luzinho de 13 anos e Beno de 8 anos já seguem os passos dos pais. Em 2024, a família recebeu uma homenagem da Câmara Municipal de Rio Verde, após Luzinho vencer uma competição e conquistar uma caminhonete Toyota Hilux com apenas 11 anos. “O laço comprido é muito mais do que um esporte na minha vida. É um momento de união em família, onde tiramos um tempo para estar juntos, fortalecendo laços de amizade, companheirismo e respeito. Além de ser um ambiente saudável e seguro, o laço nos traz alegria verdadeira e memórias que carregamos para sempre”, resume Larissa.
Essa vivência familiar se conecta com a dimensão que o esporte alcançou no Estado. O empresário Elvio Borges Garcez, que laça desde 1984 e hoje é vice-presidente da Federação de Laço do Grupo B e diretor do Parque do Laçador, lembra que a modalidade cresceu tanto que foi preciso criar divisões regionais para organizar as competições. “Antigamente a federação era um grupo só. Hoje temos três: A, B e C, reunindo 38 cidades filiadas em Mato Grosso do Sul”, explica.
Representação no Estado
A Federação de Laço de MS realiza em média 33 eventos anuais, além da Copa do Laço, realizada em dezembro, que reúne os três grupos regionais. Cada etapa atrai entre 800 e 1.000 competidores, premiando campeões com fivelas e troféus, símbolos tradicionais do esporte.
O laço cumprido também incentiva ações sociais: os clubes incentivam escolinhas de laço para crianças e jovens e apoiam projetos de equoterapia, reforçando o caráter educativo e inclusivo da prática.
Já o Circuito de Laço Comprido (CLC) promove o Brasileirão de Laço Comprido, que acontece uma vez ao ano e reúne mais de 6 mil pessoas. Além da competição, o CLC MS mantém iniciativas sociais, como projetos de equoterapia, parcerias com a Escola Agrícola Rio Branco de Rochedinho e atividades de incentivo ao laço e vivências agrícolas, incluindo a escola piloto de viveiro de mudas.
O laço cumprido se afirma como um dos maiores símbolos da cultura sul-mato-grossense, atraindo milhares de competidores, movimentando cidades do interior e fortalecendo sua presença como patrimônio cultural do Estado.
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Família Luzo (Arquivo Pessoal)



