A saída de Roberto Carlos do Procure Saber facilitará a ação que contesta, no Supremo Tribunal Federal, exigência de autorização prévia para a publicação de biografias.
Anteontem, o músico anunciou que deixaria o grupo por meio de seu empresário, Dody Sirena. Roberto, segundo seus representantes, continuará atuando na questão das biografias.
"As divergências internas interessam mais a eles do que a nós. O que importa é que com seu prestígio os artistas ajudaram a construir um debate do qual nós e a sociedade brasileira saímos vencedores", afirma Gustavo Binenbojm, advogado da Associação Nacional de Editores de Livros, grupo autor da ação.
O desligamento do músico do grupo Procure Saber está ligado a um mal-estar causado por uma crítica feita ao "Rei" por Caetano Veloso e à insatisfação com a forma como Paula Lavigne, empresária do baiano e presidente da entidade, conduziu o debate.
Desde o início de outubro, integrantes do grupo se manifestaram a favor da necessidade de autorização prévia para a publicação de biografias. O Procure Saber foi fundado por Roberto, Caetano, Chico Buarque, Gilberto Gil, Milton Nascimento, Erasmo e Djavan.
No domingo, Caetano escreveu no jornal O Globo que Roberto Carlos apenas aparecera no debate "quando da mudança de tom".
Roberto deu entrevista ao Fantástico há duas semanas, quando se disse a favor de biografias não autorizadas, desde que com "certos ajustes". O cantor não definiu quais modificações espera e afirmou que era necessário "conversar" e "discutir".
Depois, gravou um vídeo com Gil e Erasmo, dizendo não ser a favor da censura, mas defender a privacidade.
"O Roberto está mudando de tática no meio da batalha. Se com os artistas juntos já foi difícil, separados vai ficar mais ainda", diz Paulo César de Araújo, autor da biografia "Roberto Carlos em Detalhes", proibida pelo cantor.
O desligamento de Roberto deixa dúvidas quanto à participação política do Procure Saber no debate.
A entidade pretendia ingressar como parte interessada na ação no Supremo Tribunal Federal. Nos bastidores, afirma-se que a pauta das biografias foi introduzida no grupo por Roberto Carlos.
Um projeto de lei sobre o tema tramita na Câmara, mas não há previsão para a votação da proposta.
Erasmo
A permanência dos outros artistas no grupo também é incerta. À Folha, Erasmo Carlos disse que precisaria refletir sobre a questão. "Agora eu não sei, preciso pensar e me reunir até com Deus", disse.
A Folha afirma ter procurado as assessorias dos outros integrantes do Procure Saber. Segundo o jornal, Chico Buarque ainda fará parte do grupo. Milton Nascimento está em Portugal e não deseja se pronunciar sobre o tema. Até a conclusão desta edição, as assessorias de Caetano Veloso, Gilberto Gil e Djavan não haviam respondido às perguntas enviadas pela reportagem. A empresária Paula Lavigne não atendeu às ligações e tampouco respondeu aos e-mails enviados pela reportagem da Folha.
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Gilberto Gil, Roberto e Erasmo Carlos em vídeo no qual explicam porque são contra a publicação de biografias não autorizadas. (Foto: Reprodução/YouTube) 




