Entre 2013 e 2024, desastres associados às mudanças climáticas, como incêndios florestais, secas, inundações e deslizamentos, provocaram perdas econômicas superiores a R$ 732,2 bilhões em municípios brasileiros. O levantamento, divulgado nesta quinta-feira (6) pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM), mostra que 95% das cidades do país foram afetadas por esses eventos, que têm se tornado cada vez mais frequentes e intensos.
De acordo com o estudo, no mesmo período foram registradas mais de 70,3 mil decretações de situação de emergência ou estado de calamidade pública, e mais de 6 milhões de pessoas precisaram deixar suas casas. O prejuízo, segundo a CNM, vai muito além dos danos econômicos e ambientais, atingindo também dimensões humanas e sociais.
A pesquisa contou com a participação de 2.871 municípios, o equivalente a 50,6% do total de cidades brasileiras, com dados coletados entre agosto de 2024 e março de 2025. O levantamento revelou que apenas 12% dos municípios possuem um órgão específico voltado à gestão de riscos e desastres, o que, segundo a entidade, compromete a capacidade de resposta local. Outros 49% acumulam a função de defesa civil em diferentes setores da administração, e 32% mantêm estruturas vinculadas diretamente ao gabinete do prefeito.
Para o presidente da CNM, Paulo Ziulkoski, é “urgente” fortalecer a atuação federativa com apoio técnico e financeiro contínuo. “É preciso fortalecer a gestão municipal de riscos e desastres”, afirmou. O estudo mostra que 67% das prefeituras afirmam precisar de ajuda financeira para ações de prevenção, enquanto 70% gastam menos de R$ 50 mil por mês com defesa civil.
A confederação defende maior articulação entre União, estados e municípios para aprimorar políticas públicas de prevenção e resposta. Uma das soluções sugeridas é a formação de consórcios intermunicipais, mecanismo que ainda é pouco utilizado: apenas 15% dos municípios informaram participar de parcerias voltadas à defesa civil.
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O levantamento contou com a participação de 2.871 municípios do país (Foto: Reuters/Ueslei Marcelino)




